A Linha Regressar Venezuela, anunciada em outubro e apresentada hoje em Penafiel, durante o III Encontro de Investidores da Diáspora, destina-se a Pequenas e Médias Empresas, financiando até um milhão de euros por projeto para a aquisição de imóveis, terrenos ou para apoiar a aquisição de partes sociais em empresas já existentes.
"Sabemos que é particularmente difícil quando se está numa deslocação forçada ter acesso ao crédito para começar um projeto empresarial. Esta linha permite aos empresários restabelecerem-se, beneficiarem do crédito para aquisição de imóveis, partes sociais", apontou o ministro da Economia, que presidiu à apresentação daquela linha.
Segundo apontou Pedro Siza Vieira, os investidores portugueses no estrangeiro "são fatores muito importantes de captação nos países” onde estão localizados, beneficiando as exportações portuguesas, e "são também, e podem ser ainda mais, um fator de valorização” em Portugal, “pelo investimento que podem realizar".
O titular da pasta da Economia referiu que a Venezuela "está a passar por dificuldades" e que a linha hoje apresentada "é um apoio que neste momento o país também pode oferecer aos que mais precisam".
Na Venezuela, salientou Pedro Siza Vieira, "há uma importante comunidade de empresários, que regressam em circunstâncias difíceis de encontrar a possibilidade" de recomeçar.
"É difícil naquelas circunstâncias encontrar financiamento (…). Esta linha cria as possibilidades de recomeçar projetos empresariais", definiu o governante.
Siza Vieira referiu ainda que a "economia portuguesa está a conhecer um bom momento, de crescimento, e precisa de talento e de investimento", pelo que deixou um pedido aos empresários presentes na sala, sediados em mais de 35 países, segundo a organização do evento.
"Faço um apelo aos senhores da diáspora que prestem a atenção ao que a economia oferece", disse.
A Linha Regressar Venezuela é acessível a empresários no continente e na Ilha da Madeira e destina-se a "investimento em ativos fixos ou incorpóreos ou fundo de maneio" por um período global das operações até 8 anos, incluindo períodos de carência de 24 meses.
As condições de acesso exigem que as empresas tenham um capital social detido em mais de 50% por empresários regressados da Venezuela, sendo que para aderir os interessados devem dirigir-se a uma das entidades bancárias aderentes ao projeto (BPI, Montepio, Novo Banco, Caixa Geral de Depósitos, Caixa Central de Credito Agrícola Mutuo, Millennium BCP e Santander).
A linha já tinha sido anunciada pelo secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, durante uma visita oficial à Venezuela, em outubro último.
C/ LUSA