Numa audição na comissão parlamentar de Saúde, Henrique Gouveia e Melo vincou a “coerência da estratégia”, reiterando os 90% de vacinas alocadas ao salvamento de vidas e 10% para o fortalecimento da resiliência do Estado e refutou uma possível “inversão da estratégia”, como questionou o deputado do PSD Ricardo Batista Leite, com a vacinação dos docentes e não docentes do ensino pré-escolar e primeiro ciclo nesta fase.
“O facto de se meter a comunidade educativa no conceito de resiliência: Grande parte dessa comunidade, cerca de 200 mil pessoas, vai ser já vacinada na transição da primeira para a segunda fase, quando salvar vidas está praticamente resolvido a 100%”, frisou, sublinhando o reforço da vacinação deste grupo após a conclusão dos outros grupos prioritários.
“E é nesse fim de semana a seguir [de 11 de abril] que se vai fazer o grande impulso no ensino e que são as tais 200 mil vacinas. Este impulso no ensino também serve para testar as nossas metodologias de vacinar 100 mil pessoas de cada vez, que têm de ser praticadas e testadas antes de entrarmos em funcionamento, no início de maio, com esses ritmos de vacinação”.
O coordenador da ‘task force’ deixou também transparecer alguma perplexidade com o aparecimento de novas questões sobre a utilização da vacina da AstraZeneca, como ocorreu no Canadá e na Alemanha nas últimas horas, ao questionar as motivações dessas dúvidas e asseverando que Portugal vai estar alinhado com a Agência Europeia do Medicamento (EMA).
“A EMA não mudou a sua posição sobre a AstraZeneca. Há um conjunto de movimentos à volta da AstraZeneca que não se conseguem perceber se são só de preocupação clínica ou se são de outra ordem”, questionou.
“O que decidimos é seguir as recomendações estritas da EMA. Neste momento, o regulador europeu não cria nenhuma restrição à utilização desta vacina, continuando a afirmar que as vantagens superam muito qualquer inconveniente que possa aparecer”, afirmou.
Sobre a aquisição de todas as vacinas disponíveis contra a covid-19 no mercado, Henrique Gouveia e Melo lembrou que Portugal apenas adquire as vacinas que são validadas pela EMA e que o plano de aquisição é conduzido pelo Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento).