A Câmara Municipal do Funchal continua empenhada, um ano após os grandes incêndios de agosto de 2016, em "reconstruir o património edificado, criar novas acessibilidades e requalificar o espaço público", disse ontem a vereadora dos Assuntos Sociais.
Madalena Nunes falava na inauguração de uma peça escultórica em memória das vítimas dos incêndios, colocada na Rotunda da Fundoa, nos arredores do Funchal, numa zona que foi bastante fustigada pelos incêndios que assolaram a Madeira nos dias 8, 9 e 10 de agosto do ano passado.
"Há um ano, nos dias dos incêndios, nós fizemos o que devíamos fazer, combatendo os fogos nas suas diversas frentes, com todas as corporações de bombeiros e com todas as forças militares, paramilitares e civis", realçou a autarca, vincando que o acontecimento levou a Câmara Municipal a "repensar a cidade".
Os incêndios de 2016 afetaram sobretudo o concelho do Funchal, sendo que o fogo se alastrou das zonas altas ao centro da cidade, provocando a morte de três pessoas, centenas de desalojados e a destruição parcial e total de 300 casas, bem como de uma vasta área florestal.
As autoridades regionais avaliaram os prejuízos em 157 milhões de euros.
"No pós-incêndios, fizemos o que tínhamos a fazer: prestámos auxílio às populações afetadas, tomando uma série de medidas que ajudavam a responder no imediato aos problemas", disse Madalena Nunes, acrescentando que, a partir daí, a autarquia aproveitou para repensar a cidade do centro às zonas altas, onde começou, também, a "preparar as populações para lidar com o risco".
A vereadora disse que aprender com o erro é uma das aprendizagens mais duras, mas provavelmente a mais eficaz e sublinhou que "as gerações vindouras não nos perdoarão se fecharmos os olhos, ignorando as lições que tirámos há um ano".
A peça escultórica, da autoria de Paulo Neves, foi produzida a partir de dois troncos de árvores queimadas, de onde brotam dois rostos humanos, renascidos das cinzas.
LUSA