Antes da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, a Força Expedicionária Conjunta (JEF, na sigla em inglês) tinha anunciado o exercício para “demonstrar a liberdade de movimento” das suas 10 nações do norte da Europa.
“Estamos preocupados que uma nova Guerra Fria e uma nova Cortina de Ferro caiam sobre a Europa”, disse o ministro de Defesa britânico, Ben Wallace, citado pela agência francesa AFP, numa referência à divisão europeia entre ocidente e leste do pós-guerra, que durou até ao colapso da União Soviética, em 1991.
Wallace falava a bordo da fragata dinamarquesa “Niels Juel”, que vai transportar 200 militares dinamarqueses para a Estónia, com uma escolta sueca.
Trata-se de parte dos esforços da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) para reforçar o flanco oriental da Aliança face à Rússia.
Os pormenores da operação não foram revelados.
Wallace disse que a operação envia uma mensagem ao Presidente russo, Vladimir Putin, da unidade de países com “valores comuns”, quer sejam da NATO ou não.
“A invasão da Ucrânia pelo Presidente Putin é um ataque às nossas liberdades, aos nossos valores e à segurança da Europa”, disse Wallace, segundo o Ministério da Defesa britânico.
“Os nossos valores são os valores da Ucrânia e continuaremos a fornecer ajuda letal e não letal [às autoridades de Kiev], juntamente com o envio de forças adicionais para a Estónia, servindo com os nossos aliados dinamarqueses”, acrescentou.
Criada em 2012, a Força Expedicionária Conjunta reúne oito membros da NATO (Reino Unido, Dinamarca, Países Baixos, Noruega, Estónia, Islândia, Letónia e Lituânia), bem como a Suécia e a Finlândia, que não fazem parte da aliança.
A JEF concentra-se na proteção do Ártico, do Atlântico Norte e do Mar Báltico.
A Rússia invadiu novamente a Ucrânia em 24 de fevereiro, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.
Na mesma altura, eclodiu uma guerra separatista nas regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk, com apoio de Moscovo, que provocou mais de 14.000 mortos em oito anos.
A atual ofensiva militar, que entrou hoje no nono dia, provocou milhares de mortos, entre civis e militares, mas o número preciso está por contabilizar.
A invasão também levou mais de 1,2 milhões de pessoas, maioritariamente mulheres e crianças, a fugir da Ucrânia para os países vizinhos, sobretudo Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O avanço das tropas russas provocou também a destruição de muitas infraestruturas civis na Ucrânia, apesar de a Rússia reclamar que só está a atacar alvos militares.
Este é considerado o ataque militar mais grave de um país contra outro na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Lusa