Em conferência de imprensa no Serviço Regional de Proteção Civil, no Funchal, Pedro Ramos informou que, nesta fase de rescaldo e vigilância ativa, estão 23 operacionais e sete meios no concelho do Porto Moniz, no norte da ilha, não havendo meios no terreno nos concelhos da Calheta e de Câmara de Lobos, na zona oeste.
A realizar ações de patrulhamento e vigilância estão oito elementos e quatro meios do Comando Operacional da Madeira, nove elementos e três meios da GNR, 15 operacionais e seis meios do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza e 14 operacionais e seis meios da PSP.
O governante destacou igualmente que o único meio aéreo de combate a incêndios existente na Madeira fez descargas hoje de manhã no Porto Moniz, tendo desde o dia 09 de outubro realizado “306 descargas, o que equivale aproximadamente a 50 horas de voo durante estes dias”.
Entre terça-feira e hoje, mais de 1.800 homens estiveram no terreno “no combate direto, na gestão, na logística e no patrulhamento, envolvendo não só os bombeiros, mas todas as restantes instituições”.
Até às 16:00 de hoje foram assistidas 82 pessoas na sequência dos incêndios, sobretudo por inalação de fumo, mais cinco em relação às 18:00 de domingo.
Uma mulher que sofreu queimaduras continua internada numa unidade de cuidados diferenciados, estando a sua situação clínica a evoluir favoravelmente.
O secretário regional da Proteção Civil indicou também que continuam os trabalhos de levantamento dos danos causados, referindo que se mantém o número divulgado no domingo de sete casas afetadas – seis na Calheta e uma no Porto Moniz – e quatro pessoas desalojadas “para as quais está a ser dada resposta célere por parte das entidades”.
As quatro pessoas desalojadas, temporariamente acolhidas em casa de familiares, são residentes nas freguesias da Ponta do Pargo e da Fajã de Ovelha, na Calheta.
No domingo, Pedro Ramos indicou que, das seis casas afetadas no concelho da Calheta, duas ficaram totalmente danificadas, três com danos e uma habitação estava devoluta. Já no Porto Moniz, o fogo destruiu uma habitação devoluta.
Ainda segundo disse hoje o secretário regional da Proteção Civil na conferência de imprensa, atualmente estão 45 técnicos a intervir na desobstrução de estradas regionais e seis rocheiros a avaliar escarpas e encostas.
Por isso, acrescentou, apela-se à população para que tenha cuidado e não permaneça debaixo de taludes sobretudo nos concelhos mais afetados pelos incêndios.
Na Levada da Ribeira da Janela, concelho do Porto Moniz, 20 pessoas procedem à sua limpeza uma vez que o canal de água ficou obstruído na sequência de uma derrocada provocada pelos fogos.
“Temos também uma equipa de 65 pessoas a proceder à substituição dos cabos de média e baixa tensão afetados pelos incêndios, bem como a recolocar os postes de eletricidade”, acrescentou, salientando que “todas as casas afetas aos concelhos que anteriormente estavam com problemas de energia já têm energia”.
No que diz respeito à área ardida, o secretário regional assinalou que o executivo madeirense espera que esteja avaliada na quinta-feira.
O incêndio mais devastador deflagrou na freguesia dos Prazeres, na Calheta, na quarta-feira, e alastrou-se depois ao concelho vizinho do Porto Moniz.
Na noite de sexta-feira para sábado, deflagrou um novo incêndio no sítio dos Terreiros, nas zonas altas do concelho da Ribeira Brava, que se estendeu à área florestal da freguesia do Jardim da Serra, já no município de Câmara de Lobos.
O suspeito de ter ateado o incêndio florestal no concelho da Calheta, detido pela Polícia Judiciária em flagrante delito na sexta-feira, foi ouvido no sábado em tribunal e ficou em prisão preventiva, uma medida de coação substituída por internamento numa instituição de saúde mental.
Na manhã de domingo, todos os focos de incêndio estavam já em fase de rescaldo e vigilância.
Lusa