“Neste momento 90% do perímetro do incêndio encontra-se dominado, sendo que existem 10% por dominar. O incêndio tem uma frente ativa no distrito de Castelo Branco, na Covilhã, entre a Quinta da Atalaia, Teixoso e Orjais, sendo a frente que nos preocupa mais”, disse em conferência de imprensa o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, Oeiras (Lisboa).
De acordo com André Fernandes, é nesta frente que existe “a maior concentração de meios”.
Este fogo teve início no dia 06 em Garrocho, no concelho da Covilhã, e foi dado como dominado no sábado, mas sofreu uma reativação na segunda-feira.
Desde o início do incêndio na Covilhã, as chamas estenderam-se ao distrito da Guarda, nos municípios de Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira, e atingiram ainda o concelho de Belmonte, no distrito de Castelo Branco.
Num ponto de situação realizado pelas 12:00, André Fernandes adiantou também que a frente no concelho da Guarda “apresenta vários pontos quentes, com oportunidades de abertura de incêndio caso haja reativações”.
Por isso, alertou, existe uma “grande atenção e monitorização dos meios” para evitar reativações e “janelas de oportunidade para o fogo progredir”.
O responsável frisou também que o fogo tem um perímetro de 160 quilómetros.
O comandante nacional explicou que existem agora três prioridades, sendo que a primeira para o dia de hoje tem a ver com a “contenção da frente junto à Quinta da Atalaia – Teixoso”, já que é a zona com “maior pressão” tendo em conta a previsão do vento que irá aumentar ao longo do dia.
André Fernandes deu conta que esta frente tem 4,5 quilómetros de extensão, uma “frente longa” que, segundo disse, “vai exigir grande esforço dos operacionais durante a parte da tarde”.
Outra prioridade tem a ver com a “ancoragem efetiva na frente do distrito da Guarda, concelho da Guarda, entre Gonçalo e Famalicão da Serra", que é necessário consolidar "para efetivar que não haja probabilidade de haver reativações nesta frente”.
“Depois importa garantir os trabalhos de consolidação, vigilância ativa, rescaldo no perímetro global do incêndio, que são 160 quilómetros”, afirmou.
O dispositivo, referiu ainda André Fernandes, já foi reforçado com 18 grupos de combate dos corpos de bombeiros, três equipas da Unidade Especial de Proteção e Socorro da GNR, além de 14 máquinas de rasto do Instituto de Conservação da Natureza, bombeiros e autarquias envolvidas.
Das 45 pessoas que tiveram de ser deslocadas por uma questão de segurança, “a maioria já voltou às suas habitações”, de acordo com o responsável, que adiantou também que em relação aos danos, para já, continuam só contabilizadas a perda de duas casas, uma de primeira e outra de segunda habitação.
Em relação aos três feridos graves, André Fernandes avançou que os mesmos já tiveram alta hospitalar.
Questionado sobre a área ardida com a reativação do incêndio na segunda-feira, André Fernandes disse que esta nova fase tem uma área ardida estimada que se cifra nos “10 mil hectares”, lembrando que houve uma progressão entre quatro e cinco horas no dia 15, sublinhando a “grande violência” do incêndio.
André Fernandes sublinhou ainda que a Proteção Civil encontra-se em “articulação permanente” com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, tendo em conta as previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para o aumento das temperaturas.
A este propósito, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, não excluiu a hipótese de regresso à situação de alerta ou de contingência.
De acordo com a página da internet da ANEPC, consultada pela Lusa às 14:00, este fogo mobiliza 1258 operacionais, apoiados por 397 veículos e 10 meios aéreos.