Na passada sexta-feira, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) proibiu a exportação de 140 medicamentos de várias categorias e substâncias ativas.
“Não é uma lista de exportação que vai resolver esse problema de escassez ou esse problema de falta do medicamento. É mais um contributo, mas numa estratégia que tem de ser global”, disse hoje à Lusa Ema Paulino, à margem da conferência “Escassez de Medicamentos: Farmácias como parte da solução”, da ANF, em Lisboa.
A circular informativa do Infarmed – que entrou em vigor na sexta-feira – atualiza os medicamentos que estão com a exportação temporariamente suspensa, uma lista que é definida mensalmente para incluir os fármacos em rutura de ‘stock’ no mês anterior e cujo impacto tenha sido considerado médio ou elevado.
De acordo com a presidente da ANF, tem de haver medidas que “promovam a importação de medicamentos” e de “garantia de viabilidade económica do produto em Portugal”.
“Se a indústria farmacêutica não tiver um produto que seja rentável no mercado nacional, nem o cá vai colocar”, atentou.
Em relação a novembro, a lista agora publicada integra menos dois medicamentos, totalizando 140 apresentações de fármacos de várias categorias e substâncias ativas, como metilfenidato (psicoestimulante), cloropromazina (antipsicótico), propranolol (anti-hipertensivo), a vacina contra o meningococo (Nimenrix), Oxicodona (opioide analgésico) ou a vacina contra a encefalite japonesa (Ixiaro).
Em jeito de balanço da conferência, que decorreu no Infarmed, Ema Paulino considerou que os participantes saíram com “uma visão das medidas que estão a ser trabalhadas que vão ter impacto a médio-longo prazo a nível dos incentivos para a indústria farmacêutica”.
“Muita coisa tem vindo a ser feita ao nível da União Europeia também a nível nacional. Muitas dessas soluções têm vindo a contribuir de forma muito positiva para termos cada vez mais opções para apresentar às pessoas num momento em que identificámos um produto em falta, mas que há outras oportunidades ainda de intervenção que podem ser melhoradas e operacionalizadas que foram aqui consensualizadas”, frisou.
Lusa