“Foi tomada a decisão de devolver às suas mães os soldados russos capturados, desde que elas os vão buscar a Kiev, à Ucrânia”, disse o Ministério ucraniano da Defesa, em comunicado.
O ministério publicou os números de telefone e um e-mail para onde as mães podem ligar para obter informações sobre os filhos que estejam detidos na Ucrânia.
Caso a detenção do filho seja confirmada, as mulheres russas são aconselhadas a viajar para a Polónia e depois a entrar na Ucrânia por um ponto de passagem na fronteira.
“Será recebida e acompanhada a Kiev, onde o seu filho lhe será entregue”, afirma o ministério no comunicado.
“Ao contrário de fascistas como [o Presidente russo, Vladimir] Putin, nós, ucranianos, não estamos a travar uma guerra contra as mães e os filhos capturados”, acrescenta.
Durante o conflito entre Moscovo e os separatistas da Chechénia, nas décadas de 1990 e 2000, muitos jovens militares russos foram enviados para a frente do conflito e alguns foram feitos prisioneiros.
As mães dos soldados mobilizaram-se para conseguir levá-los para casa vivos, mas também os cadáveres daqueles que, entretanto, morreram, e não hesitaram em ir ao local, num movimento que alimentou os protestos na Rússia contra a guerra.
A Rússia lançou na quinta-feira passada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades.
Putin justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo que for necessário.
A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e de pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia, desde o início da invasão da Ucrânia.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
Lusa