Após obter consentimento para se dirigir aos pais do agente da PSP por parte da juíza presidente Helena Susano e dos próprios visados, Vadym virou-se para os progenitores de Fábio Guerra e declarou: "Quero dar os meus sentimentos sinceros à família do Fábio Guerra. Ninguém merece passar por isto. Quero pedir sinceras desculpas e lamentar o que aconteceu".
Com este pedido de desculpas do arguido terminou hoje à tarde mais uma sessão de julgamento do homicídio de Fábio Guerra, de 26 anos, que morreu em 21 de março de 2022, no Hospital de São José, em Lisboa, devido a “graves lesões cerebrais” sofridas na sequência das agressões de que foi alvo no exterior da discoteca Mome, junto à avenida 24 de Julho, Lisboa, quando se encontrava fora de serviço.
O MP acusou em setembro os ex-fuzileiros Cláudio Coimbra e Vadym Hrynko de um crime de homicídio qualificado, três crimes de ofensas à integridade física qualificadas e um crime de ofensas à integridade física simples no caso que culminou com a morte do agente da PSP Fábio Guerra.
Clóvis Abreu, um terceiro suspeito da morte do agente da PSP, encontra-se em parte incerta e fugido às autoridades.
À saída do tribunal, o advogado de defesa José Teixeira da Mota referiu que o pedido de desculpas de Vadym aos pais de Fábio Guerra "demonstra aquilo que sempre disse desde o princípio", ou seja, que o arguido "estava destroçado" com a situação.
"Aquele pedido de desculpas foi sincero, não foi forçado. Aliás, não estávamos à espera que o tribunal perguntasse e o Vadym aproveitou e manifestou aquilo que já andava a pedir para que fosse autorizado a fazer", precisou o advogado, acrescentando: "Desde o primeiro dia, que o Vadym quer fazer esse pedido de desculpas".
O causídico acentuou ainda que, "independentemente das consequências jurídicas, uma boa forma de começar a assumir a responsabilidade é pedir desculpas por aquilo que se faz".
O julgamento prossegue na próxima quarta-feira no Campus de Justiça, em Lisboa.
Lusa