“Só para a cibersegurança temos 290.000 postos de trabalho por ocupar na União Europeia, neste momento, [e] a cibersegurança é um ingrediente indispensável em toda a receita da digitalização”, afirmou a eurodeputada socialista, que falava na conferência "Guia de viagem a uma economia competitiva", organizada pelo IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação e pelo Ministério da Economia e da Transição Digital, no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia (UE).
Maria Manuel Leitão Marques participava num painel com o tema “A Fronteira Verde e Digital”, juntamente com o presidente executivo da Feedzai, Nuno Sebastião, e a especialista e coordenadora do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), Sofia Santos.
Para a eurodeputada, o “ingrediente” mais importante para a transição digital são as pessoas, com competências digitais para as empresas e para o setor público.
Os restantes “ingredientes”, disse, incluem também a conectividade – onde “a questão do 5G pode ser crítica” – e o tratamento de dados, que significa criar ‘standards’ europeus para os manter seguros e protegidos ‘online’ e ‘offline’.
A eurodeputada sublinhou ainda que as transições ‘verde’ e digital, que a Europa está a discutir e que assumem um papel de destaque no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), “têm de ser amigas uma da outra”.
“O digital tem de ajudar o ‘verde’. […] Mas o digital também tem de ser mais ‘verde’, nomeadamente no consumo de energia”, defendeu, dando o exemplo do supercomputador “Bob” que foi instalado no Vale do Ave, pelo Centro de Computação Avançada do Minho, e que exigiu a criação de uma comunidade de energia renovável à sua volta.
Por sua vez, Sofia Santos considerou que os esforços que estão a ser feitos no sentido de uma transição climática colocam a UE “no bom caminho”, mas “ é preciso fazer muito mais”, nomeadamente criar uma política fiscal ‘verde’, que incentive o “bom comportamento” das empresas e que não seja exclusivamente penalizadora.