“Descobrimos que o ódio às vespas se deve em grande parte à ignorância generalizada sobre o seu papel nos ecossistemas e como elas podem ser benéficas para os humanos”, adiantou Seirian Sumner, investigador do Centro de Biodiversidade e Pesquisa Ambiental da UCL.
Segundo os resultados da investigação, que envolveu também a universidade britânica de East Anglia, as vespas, predadores do mundo dos insetos, podem ser usadas como um meio sustentável de controlo de pragas em países em desenvolvimento, especialmente nos tropicais, onde os agricultores podem recorrer uma espécie local com risco mínimo para o ambiente.
O mesmo estudo indica que o biocontrole de plantações, para reduzir danos provocados por insetos nas culturas, representa um custo anual de cerca de 416 mil milhões de dólares em todo o mundo.
Tendo em conta que as vespas são os principais predadores de outros insetos, a investigação agora divulgada salienta que as vespas poderão ser “valiosas para a agricultura”, nomeadamente no controlo de uma praga específica.
"As vespas são pouco estudadas em relação a outros insetos como as abelhas. Só agora estamos a começar a entender adequadamente o seu valor e a sua importância nos ecossistemas. Analisamos as provas que existem e descobrimos que as vespas podem ser tão valiosas quanto outros insetos amados como as abelhas", salientou Seirian Sumner.
O estudo também analisou a função polinizadora destes insetos, considerada vital para a agricultura, tendo chegado à conclusão de que, num universo de 960 espécies de plantas analisadas, 164 são dependentes das vespas para o processo de polinização.
Além destas funções, o estudo da UCL sublinha a importância das vespas no desenvolvimento de medicamentos de uso humano, uma vez que o seu veneno e a sua saliva apresentam propriedades antibióticas.
O veneno de uma determinada espécie – a vespa de jaqueta amarela – tem mostrado ser promissor no tratamento do cancro, exemplificam ainda os investigadores.