“Reconhecemos que existiu alguma evolução nos últimos anos, no entanto, no ano de 2021 ainda se continua a existir pelo país a um conjunto de esquadras, divisões e outras estruturas com condições muito deficientes, instalações velhas e degradadas, muitas delas com humidade, com falta de água, falta de chuveiros e manutenção”, disse o presidente da ASPP.
Paulo Santos foi hoje ouvido pelos deputados que fazem parte do grupo de trabalho que está a avaliar as condições de trabalho nas forças de segurança e criado pela comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.
O presidente do maior sindicato da PSP identificou alguns dos locais “onde há péssimas condições de trabalho”, designadamente no Comando Regional da Madeira, em que “as condições de segurança estão colocadas em causa” nas esquadras de Porto Santo, Machico, Santa Cruz, Ponta da Sol e Calheta.
Segundo Paulo Santos, os projetos para estas esquadras existem “há muito tempo, mas nunca saíram do papel”.
O presidente da ASPP avançou também que há um conjunto de esquadras com “muitas deficiências” no Comando Regional dos Açores, existindo ainda outras instalações da PSP sem condições, como é o caso em Vila Real, da esquadra de investigação criminal de Braga, da Unidade Especial de Polícia na Bela Vista, no Porto, e na Ajuda, em Lisboa, da esquadra do Entroncamento, do edifício de comando da Guarda e da divisão policial da Covilhã.
Paulo Santos sublinhou também que na esquadra de intervenção e fiscalização policial no aeroporto de Lisboa estão 54 polícias num contentor com cerca de 53 metros quadrados e onde chove, considerando que “não são instalações que respeitem a dignidade profissional dos polícias que lá trabalham”.
Aos deputados, o sindicalista fez também um ponto de situação sobre os equipamentos de proteção individual.
“Apesar de ser ter assistido a alguma evolução nos últimos anos, em alguns casos assiste-se a uma deficiência na qualidade dos materiais face à quantidade de anos que estão em uso”, disse, referindo-se aos capacetes e coletes antibalísticos, em que não há quantidade suficiente para todos os polícias, bem como os bastões, que estão “desajustados da realidade”,
Paulo Santos destacou ainda as viaturas em funcionamento na PSP como outro problema existente “que é doentio e que já se arrasta há alguns anos”.
“Há um conjunto de esquadras que continua sem viaturas e muitas delas com uma manutenção muito fraca e que traduzem prejuízo para o serviço operacional”, frisou.