Pedro Adão e Silva falava na comissão parlamentar conjunta de Orçamento e Finanças e de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito da apreciação, na especialidade, do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022).
"O modelo que hoje temos de escolha da administração da RTP, que depois tem consequências do ponto de vista das direções de informação e programação, é um modelo que nos protege bastante de qualquer tipo de tentação que o poder político, de forma mais ou menos irresistível, sempre tem", afirmou o governante, em resposta ao grupo parlamentar da Iniciativa Liberal (IL).
As receitas próprias da RTP, acrescentou, "não permitem assegurar o serviço público de televisão, não permitem assegurar nenhuma das responsabilidades do serviço público de televisão na sua plenitude", prosseguiu Pedro Adão e Silva.
Além das receitas próprias, a RTP é financiada pela Contribuição para o Audiovisual (CAV), cujo valor que consta na fatura de eletricidade vai manter-se este ano em 2,85 euros.
"Eu duvido muito que uma lógica de concessão dessa responsabilidade gerida por uma entidade reguladora terminasse bem, sinto-me muito mais confortável com o modelo que existe neste momento", acrescentou o governante, em resposta à IL.
"Vamos revisitar aquilo que é a proposta do contrato de concessão da RTP, mas com total fidelidade à responsabilidade do serviço público e também àquilo que é o modelo de escolha da administração", rematou.