Os seis sindicatos tinham uma reunião marcada para hoje para analisar a contraproposta do Governo, mas, à falta do documento, o encontro serviu para concertar formas de luta, apesar de não terem estado presentes os dois sindicatos que compõem a Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermagem (Sindicato dos Enfermeiros e o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem).
Ainda assim a greve foi marcada por todos os sindicatos de enfermeiros: Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Sindicato dos Enfermeiros, Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem, Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal, Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros e Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira.
Numa conferência de imprensa, os sindicatos salientaram o facto inédito de todos terem chegado a um consenso no sentido de decretar formas de luta. “Os enfermeiros estão unidos e isso é que é importante que fique claro”, disse o presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR), Carlos Ramalho.
E lembraram que o Governo assinou com os sindicatos protocolos negociais para a revisão da carreira de enfermagem, mas que, até agora, não apresentou qualquer proposta.
Lúcia Leite, presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), disse que falta há vários anos uma “carreira digna” aos enfermeiros.
“Definimos um plano de greves até meados de outubro e estamos dispostos a decretá-las todas, ou suspender caso o Governo responda entretanto”, disse Lúcia Leite, acrescentando que os sindicatos só vão parar quando obtiverem “os resultados que estão à espera”.
Apesar de haver algumas diferenças nas reivindicações de cada estrutura, os sindicatos têm uma série de propostas que são comuns a todos, como explicou aos jornalistas o presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, José Carlos Martins.
Em resumo, os sindicatos querem que o salário mínimo para os enfermeiros se situe nos 1.600 euros mensais, que esteja contemplada a perspetiva de se chegar ao topo da carreira técnica superior, que não haja deterioração de salários, que se valorize o trabalho especializado e que se crie uma categoria na área da gestão.
E depois, disse também o responsável, os enfermeiros não podem continuar a trabalhar até aos 66 anos, pelo que devem “ser criadas condições de acesso à aposentação melhores do que no regime geral”.
Atualmente, disseram os sindicatos, muitos enfermeiros ganham pouco mais de mil euros, muitos deles sem atualização salarial há 20 anos.
C/ LUSA