“As expectativas, neste momento, é que através do mecanismo Covax, a Venezuela vai receber um número considerável de vacinas, por isso, eu faço um apelo a todos os portugueses e não só, a todos, para que se vacinem na primeira oportunidade”, disse Carlos de Sousa Amaro, no sábado.
O diplomata falava à Lusa, na embaixada de Portugal em Caracas, à margem de uma entrevista para o programa radiofónico local “Com Sabor a Portugal”, transmitido pela rádio Altos FM.
Carlos de Sousa Amaro considerou que a vacinação contra a covid-19 “está um pouco atrasada na Venezuela, em relação a outros países”, mas “nos próximos um ou dois meses, com a chegada destas novas vacinas muitos vão poder vacinar-se”.
“Deixo o apelo, porque, segundo os dados científicos, quem está vacinado pode apanhar o vírus, mas os sintomas serão muito inferiores em relação àqueles que não estão vacinados. Por conseguinte, existe agora esta oportunidade que é para não descartar”, frisou o diplomata.
Questionado sobre a situação da comunidade lusa local, com relação a afetados pela covid-19, o embaixador confirmou que alguns portugueses foram vítimas afetados.
“Tem havido afetados. Sei de alguns casos de pessoas (portuguesas) que faleceram e nem por isso tinham muita idade, nem por isso tinham patologias subjacentes, ou seja, eram pessoas relativamente saudáveis que não conseguiram ultrapassar (a doença) e que infelizmente faleceram. E como digo, não eram pessoas muito velhas, não tinham muita idade”, explicou.
O diplomata insistiu que os luso-venezuelanos devem continuar a manter medidas de biossegurança.
“Mantenham todos os cuidados, não desistam de usar as máscaras. É fundamental ainda, na Venezuela, manter a distância social. Apelo para que lavem as mãos, desinfetem as mãos, e que mantenham todos esses cuidados, porque todos os cuidados são poucos”, alertou.
O diplomata sublinhou ainda que faz o apelo a falar em si próprio, porque já teve a covid-19: “nunca sabemos aonde é que podemos apanhar o vírus”.
Desde março de 2020 que a Venezuela está em quarentena preventiva e atualmente tem um sistema de sete dias de flexibilização, seguidos de sete dias de confinamento rigoroso.
O país contabilizou 3.591 mortes e 305.766 casos da doença, desde o início da pandemia, de acordo com dados oficiais.
De acordo com a imprensa local, a Venezuela recebeu três milhões de vacinas provenientes da Rússia (Sputnik-V) e da China (Sinopharm).
O Governo venezuelano anunciou recentemente que está à espera de 11,3 milhões de vacinas contra a covid-19, através do mecanismo Covax.
C/Lusa