Selecionamos apenas 8 imagens, entre mais de uma centena de fotografias, do ensaio do fotojornalista da EFE-EPA Miguel Gutierrez.
“As ruas da capital da Venezuela, Caracas, estão cheias de crianças sem-abrigo. Crianças que correm, riem, procuram comida no lixo e nadam em rios poluídos. E crianças que abusam de drogas que lhes permitem um pouco de descanso das duras realidades da vida violenta. Esses menores negligenciados representam uma das muitas faces da grave crise económica e social que assola este país da américa latina rico em petróleo”. Ao longo de dois meses, o fotojornalista de EFE-EPA, Miguel Gutierrez documentou o dia-a-dia dessas crianças, que vivem principalmente nos espaços públicos de Caracas, onde, além de implorar, criaram um sistema elaborado para sobreviver.
Nenhuma instituição, seja pública ou privada, consegue fornecer números ou estimativas sobre o número de crianças e adolescentes que vivem nas ruas da Venezuela, embora a terrível situação pareça evidente para qualquer um que tenha olhos.
Miguel Rebolledo, coordenador do abrigo ‘Domingo Sábio’ para adolescentes desabrigados, disse à agência de notícias EFE que houve um aumento dramático no abandono de crianças. “Temos o caso de uma família dividida: uma mulher decide abandonar os seus oito filhos. Aqui eu tenho os dois mais velhos, que são 11 e 12 anos de idade”.
As crianças de rua ficam felizes quando recebem comida, mas sua maior alegria vem quando recebem dinheiro. Com o dinheiro, eles correm para comprar as drogas que os ajudam a escapar da realidade.
Andar descalço nas ruas cheias de pregos e cacos de vidro deixou muitos deles com lesões nos pés e nas mãos. Perambular entre o tráfego representa outro perigo.
RTP Madeira c/ LUSA