Segundo comunicado publicado hoje pela Guarda Civil (correspondente à GNR), a detenção teve lugar a 14 de junho (domingo), quando os dois portugueses (30 e 31 anos) foram surpreendidos a transferir vários sacos de moluscos de uma carrinha para outra.
Ao ser pedida a documentação relativa ao transporte das ameijoas, os dois homens apresentaram uma suposta guia de transporte de 1.500 quilos de amêijoa-japonesa, mas que, segundo aquela força de segurança espanhola, "carecia de carimbo ou assinatura de um organismo ou autoridade sanitária".
O produto também não estava em bom estado, porque uma das carrinhas estava avariada há várias horas, à espera que outro veículo viesse de Portugal para transferir as amêijoas.
Tendo em conta o elevado número de irregularidades observadas, os agentes contactaram os serviços veterinários da Junta (Governo regional) da Extremadura espanhola.
Um médico determinou que as condições de refrigeração não tinham sido adequadas e que era impossível saber a origem da captura dos moluscos, o seu destino ou qualquer outra informação sobre os mesmos, pelo que tiveram de ser imediatamente destruídos, devido ao risco que representavam para a saúde pública.
No total, estavam a ser transportados 150 sacos de malha, que pesavam um total de 2.700 quilos, 1.200 quilos a mais do que o peso indicado na documentação.
Os dois detidos foram colocados à disposição do Tribunal de Primeira Instância e de Instrução de Guarda de Cáceres.
A amêijoa-japonesa é uma espécie originária do Oceano Pacífico que se adaptou com facilidade e agora é abundante na Europa.
Em Portugal é uma espécie infestante que compete com as espécies locais, sendo cada vez mais abundante nos estuários dos rios portugueses.