Há registo de pelo menos dois mortos e seis feridos. Quatro militares venezuelanos ficaram sob custódia de um grupo de indígenas, avança a agência Venepress.
A agência venezuelana dá conta de pelo menos duas vítimas mortais na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, após um confronto entre militares e um grupo de indígenas, mais concretamente um grupo de voluntários que tentava assegurar a passagem de ajuda humanitária para o país.
De acordo com a Venepress, quatro elementos do Exército venezuelano ficaram sob custódia do grupo de indígenas.
Outros meios de comunicação confirmam apenas uma vítima mortal, desde logo o Washington Post, que avança com a confirmação de pelo menos uma vítima mortal. Trata-se de Zorayda Rodriguez, uma mulher de 42 anos que pertencia à comunidade indígena de Kumarakapay, do lado venezuelano da fronteira. Há registo de 12 feridos, três em estado grave.
"Quando os voluntários tentaram bloquear a passagem dos veículos militares, os soldados começaram a disparar as suas espingardas de assalto, ferindo pelo menos 12 pessoas, quatro delas com gravidade. Uma mulher de 42 anos, Zorayda Rodríguez, foi assassinada", relata o jornalista norte-americano Anthony Faiola.
De acordo com o Post, um grupo de 30 indígenas continuou o protesto após os disparos e raptou os militares.
Segundo a agência Efe, a mulher era uma vendedora de empanadas que estava na zona onde ocorreu o confronto entre a comunidade indígena e os militares venezuelanos.
Os ativistas em causa pertencem à tribo indígena de Pemones, que apoia a oposição a Nicolás Maduro e a entrada de ajuda humanitária naquele país, incluindo a que chega dos Estados Unidos.
O autoproclamado Presidente da Venezuela, Juan Guaidó, dirigiu-se entretanto aos militares, através da rede Twitter, recomendando-lhes que "decidam de que lado estão".
"Escolham como querem ser recordados", escreveu Guaidó.
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Decidan de qué lado están en esta hora definitiva.
A todos los militares: entre hoy y mañana ustedes definirán cómo quieren ser recordados. Ya sabemos que están con el pueblo, ustedes nos lo han dejado muy claro. Mañana podrán demostrarlo.— Juan Guaidó (@jguaido) 22 de fevereiro de 2019
Noutro tweet, Guaidó alerta os comandantes da guarnição da fronteira onde ocorreram os incidentes, quanto à sua responsabilidade no sucedido. E exige-lhes que apontem os responsáveis pela "repressão e assassínio dos irmãos pemones".
O prazo dado por Guaidó para a entrada da ajuda humanitária na Venezuela termina este sábado. O Presidente da Assembleia Nacional prometeu que esta iria entrar "custasse o que custasse".