O grupo viajava em duas embarcações com o objetivo de alcançar território espanhol, de forma ilegal, mas foi obrigado a lançar-se ao mar pelos donos dos barcos antes de chegarem a terra, segundo diversas fontes de autoridades locais citadas por meios de comunicação social.
Os donos das embarcações conseguiram fugir rumo a alto mar, disseram as mesmas fontes.
Em declarações aos jornalistas no local, o subdelegado do Governo espanhol em Almería, José María Martin, confirmou as mortes dos dois homens por afogamento e o resgate de outras 130 pessoas com vida do mar.
Martín lamentou esta "nova tragédia" e condenou "as máfias e as pessoas que se dedicam a esta atividade", sublinhando que os dois homens que morreram foram "vítimas do tráfico de pessoas".
Almería, região da Andaluzia, fica na costa espanhola do Mediterrâneo, em frente de Marrocos e da Argélia.
Pelo menos 1.901 migrantes morreram a tentar alcançar a costa sul de Espanha a partir de África no ano passado, segundo a organização não-governamental (ONG) Associação Pró Direitos Humanos da Andaluzia.
Foi o segundo valor mais elevado que a ONG já confirmou num ano, só superado pelos 2.126 migrantes mortos em 2021.
Os dados da ONG Associação Pró Direitos Humanos da Andaluzia confirmam que a rota das Canárias (entre a costa ocidental africana e o arquipélago atlântico) foi a mais usada por migrantes no ano passado, 18.000, representando 56% do total de pessoas que tentaram entrar em Espanha pelas fronteiras sul, a partir de África.
A rota das Canárias foi também aquela em que morreram mais pessoas a tentar alcançar Espanha: 1.330 vítimas.
Segundo os mesmos dados, à costa da Andaluzia, a mais próxima de Marrocos, no Mediterrâneo, chegaram 7.300 migrantes. Ao arquipélago das Baleares e à região de Múrcia e Alicante, também no Mediterrâneo, mas já mais afastada da costa africana, chegaram 6.356 pessoas, sendo esta a única zona da fronteira sul espanhola em que houve um aumento de chegadas de migrantes.
Lusa