As doenças respiratórias foram responsáveis pela morte de mais de 22 mil pessoas em Portugal, em 2015, um aumento de 24% em relação a 2006, segundo dados do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR) ontem divulgado.
Em Portugal, as doenças do sistema respiratório continuam a ser a terceira causa de morte e há cada vez mais casos: em 2015 morreram 22.767 pessoas, o que representa um aumento de 4.392 óbitos em relação a 2006.
O cenário traçado no relatório é dramático, com o aumento de mortes, mais internamentos (115.828 pessoas internadas em 2015) e mais episódios de doentes submetidos a ventilação mecânica (aumentaram 167% desde 2006).
Nas causas do óbito daquelas 22 mil pessoas aparecem neoplasias, insuficiência respiratória, pneumonia, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e asma brônquica, enumera a 12.ª edição do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR) 2017, hoje divulgado em Lisboa.
Mas a pneumonia continua a ser a principal causa de morte por doença respiratória em Portugal: cerca de 55 mil mortes por 100 mil habitantes, um valor muito acima da média europeia, que ronda as 25 mil mortes.
Em nove anos, as mortes por pneumonia aumentaram e, só em 2015, registaram-se 43.199 internamentos, o que representa 37% dos internamentos por doença respiratória.
No total, em 2015, foram internadas 115.828 pessoas devido a doenças respiratórias, sendo as pneumonias e insuficiências respiratórias as principais causas de internamento.
O relatório regista um aumento de 15% de internamentos em relação a 2010 e de mais 35% em relação a 2006.
No mesmo sentido, os episódios de doentes submetidos a ventilação mecânica mais do que duplicaram (aumentaram 167%) em relação a 2006.
A doença que apresenta aumentos mais preocupantes é a insuficiência respiratória: mais 71% de mortes entre 2006 e 2015 e 160% de internamentos com ventilação mecânica, segundo os dados avançados no relatório.
O número de internamentos por pneumonia, insuficiência respiratória, DPOC, neoplasias, asma, pleura, tuberculose, bronquiectasias e gripe também aumentou 35% entre 2006 e 2015.
O Relatório ONDR 2017 propõe ainda várias medidas à promoção da saúde e prevenção nas doenças respiratórias, alertando para a importância do diagnóstico precoce, de melhorar a acessibilidade aos cuidados de saúde, nomeadamente à Reabilitação Respiratória, da vacinação e da promoção de informação.
LUSA