A embaixada dos Estados Unidos em Caracas emitiu hoje um comunicado recomendando aos diplomatas norte-americanos na Venezuela que limitem a circulação e que tenham água e alimentos em quantidade suficiente para 72 horas.
No comunicado, a embaixada explica que a greve geral de 48 horas, convocada pela oposição para quarta e quinta-feira, poderá prolongar-se.
"A oposição convocou uma greve geral para quarta e quinta-feira desta semana. Esperamos que a maioria das empresas esteja fechada e que o movimento dos diplomatas norte-americanos se limite às áreas de Valle Arriba e Santa Fé", onde está situada a embaixada, em Caracas, começa por explicar o comunicado.
Segundo o documento, "os obstáculos à circulação poderão persistir além da quinta-feira" e por tal razão os Estados Unidos "aconselham a tomar medidas preparatórias apropriadas, incluindo recolher suficientes alimentos e água para 72 horas".
"Instamos os cidadãos dos Estados Unidos a evitarem as zonas de manifestações e a terem cautela, caso estejam inesperadamente nas proximidades de grandes reuniões ou protestos. Mesmo as manifestações com propósitos pacíficos podem transformar-se em confrontações e escalar em violência. São possíveis confrontos com as forças de segurança", explica.
De acordo com o comunicado, "os recentes protestos contaram com uma forte presença das forças de segurança, que têm feito uso de gás lacrimogéneo e, às vezes, de tiros de borracha. As áreas afetadas geralmente apresentam interrupções no trânsito" e "durante os protestos as viagens para todos os diplomatas dos Estados Unidos estão, por vezes, limitadas às zonas de Santa Fé e Valle Arriba, em Caracas".
"Recomenda-se encarecidamente aos cidadãos norte-americanos que monitorizem constantemente as notícias locais. Revejam os planos de segurança pessoais e estejam atentos ao envolvente, incluindo eventos locais (…) Insta-se os cidadãos dos Estados Unidos, em todas as partes da Venezuela, a manterem um alto nível de vigilância e a tomarem as medidas apropriadas para melhorar a sua segurança pessoal", conclui.
Na Venezuela, as manifestações a favor e contra o Presidente Nicolás Maduro intensificaram-se desde o passado dia 1 de abril, depois de o Supremo Tribunal de Justiça divulgar duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento.
Entre queixas sobre o aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a convocatória para uma Assembleia Constituinte, feita a 1 de maio pelo Presidente Nicolás Maduro.
A oposição insiste que a Constituinte acabará com o que resta da democracia no país e que será usada pelo Governo para se submeter aos interesses cubanos e avançar com um regime comunista ao estilo de Cuba.
Nicolás Maduro já garantiu que vai prender um por um, todos os 33 juízes designados pelo parlamento controlado pela oposição para o novo tribunal supremo paralelo. Disse também que todos os bens e contas bancárias desses juízes serão congelados. Um desses juízes já foi detido.
LUSA