As crianças e adolescentes desenvolveram as competências digitais durante o período de confinamento, devido ao ensino a distância, de acordo com os resultados para Portugal do estudo "A vida digital das crianças em tempos de covid-19", coordenado pelo Centro de Investigação Comum da Comissão Europeia.
Com base em inquéritos realizados a 504 famílias portuguesas com crianças e adolescentes entre os 10 e os 18 anos e entrevistas a 10 famílias com crianças entre os seis e os 12 anos de idade, as investigadoras Patrícia Dias e Rita Brito concluíram que 57,3% dos inquiridos passaram a usar com mais frequência o computador e 67,4% desenvolveram mais competências.
Mais de metade reportou sinais de utilização excessiva das tecnologias digitais, com uma utilização média diária de sete horas, das quais cinco eram dedicadas às atividades escolares.
Segundo as investigadoras, os resultados apontam para um maior vício pelo computador, que os pais terão de controlar no período pós-confinamento, e maior exposição aos riscos característicos da Internet.
Metade das crianças e adolescentes inquiridos sentiu-se também mais sobrecarregada com o ensino à distância do que no regime presencial, revelando cansaço das tecnologias digitais.