"Este apoio tem incluído o transporte de material hospitalar diverso", avançou o comandante operacional do COM, João Dores Aresta, indicando que, desde 18 de março até hoje, chegaram ao aeroporto da Madeira "três voos militares, efetuados pelo C130 da Força Aérea Portuguesa, com material de apoio, nomeadamente mais de cinco toneladas de material hospitalar", inclusive fatos descartáveis, máscaras, luvas e viseiras.
Este apoio militar de emergência ao Governo Regional da Madeira tem sido assegurado desde o início, "há duas semanas", do combate à pandemia de Covid-19, numa ação coordenada pelo Estado-Maior General das Forças Armadas.
Além do transporte de material hospitalar, o COM procedeu, a pedido do SESARAM – Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira, à instalação de tendas no espaço exterior do hospital Dr. Nélio Mendonça, operação que foi executada pelo Exército no dia 16 de março.
"Neste momento, já estão instaladas duas tendas, com o total de 12 camas, o que permitirá estender a capacidade hospitalar desta área", revelou João Dores Aresta, indicando que foram, também, disponibilizadas condições, numa unidade militar do Exército, para alojamento de pessoal e estacionamento de viaturas médicas de emergência.
Com capacidade para acolher "até cerca de 10 ambulâncias de socorro dos corpos de bombeiros e respetivo pessoal", a unidade militar do Exército vai permitir que essas viaturas médicas de emergência operem a partir deste local, em caso de necessidade ou eventual deslocalização de equipas de saúde e proteção civil, referiu o comandante operacional do COM.
A estes apoios junta-se uma equipa da Marinha na área dos veículos aéreos não tripulados, conhecidos como "drones", que chegou à Região na quarta-feira, com diverso equipamento, para o reforço da Componente Operacional do Sistema de Forças sediadas na Região Autónoma da Madeira.
"Estamos prontos para prestar, também, outro tipo de apoio, caso seja necessário", reforçou João Dores Aresta, explicando que o COM tem mantido várias reuniões com o representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, com o Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, e com o comandante regional da Polícia de Segurança Pública, superintendente Luis Simões, "para que todas as necessidades da Região sejam garantidas".
A coordenação da resposta das Forças Armadas às solicitações de apoio militar a emergências civis na Região Autónoma da Madeira, em que se inclui a Covid-19, compete ao COM, que assegura este apoio através do seu centro de operações, "que se encontra guarnecido 24 horas por dia", indicou o comandante operacional.
Se for necessária a disponibilidade de meios das Forças Armadas em apoio a emergências civis, esse será comandado pelo Comandante Operacional da Madeira, em coordenação do Estado-Maior General das Forças Armadas, através do Comando Conjunto para as Operações Militares, e em articulação com o Comando da Zona Militar da Madeira, o Comando da Zona Marítima da Madeira, o Comando Aéreo e as autoridades civis regionais envolvidas, nomeadamente o Governo Regional, o serviço regional da Proteção Civil e o SESARAM.
O novo Coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil. Dos casos de infeção, pelo menos 112.200 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, registaram-se 76 mortes, mais 16 do que na véspera (+26,7%), e 4.268 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 724 novos casos em relação a quinta-feira (+20,4%).
Dos infetados, 354 estão internados, 71 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.
C/Lusa
