“Depois do verão segue-se, naturalmente, um período onde existe uma clara redução de turistas na ilha”, afirmou o social-democrata Idalino Vasconcelos à agência Lusa.
O autarca complementou que “o conceito de sazonalidade acentua-se ainda mais e agrava-se em especial devido à pandemia de Covid-19, em especial numa ilha que é um concelho, rodeado por água, onde o acesso ao exterior, apenas se pode fazer por via aérea e marítima”.
O Porto Santo tem uma população residente na ordem das cinco mil pessoas, que nos meses de verão mais do que triplica, sendo o destino de férias preferido da maioria dos habitantes da ilha da Madeira.
O responsável referiu que uma das agravantes para a diminuição de turistas é o cancelamento da operação semanal com o voo direto da Dinamarca, que excluiu Portugal dos corredores seguros, sem fazer distinção da Madeira.
“A única alternativa do Porto Santo, como é do conhecimento geral, é o turismo e tudo o que gira à volta disso”, argumentou, considerando que “trazer operadores turísticos é um trabalho árduo”.
Realçando todo o envolvimento do Governo Regional e do próprio Secretário Regional do Turismo madeirense, Eduardo Jesus, em articulação com a Associação de Promoção, o autarca apontou que “perder um operador é um forte revés”.
“Mas, evidentemente, não podemos baixar os braços. Vamos continuar a trabalhar, em conjunto, para merecer a confiança dos operadores nos nossos destinos Madeira e Porto Santo”, vincou.
Idalino Vasconcelos adiantou que existe “confiança” nas autoridades de saúde da Madeira e na sua capacidade de “suster os efeitos nefastos da contaminação e evitar o maior número de contágios”, apelando ao cumprimento das recomendações por parte da população.
“Julgo que o esforço que tem vido a ser feito pelo Governo Regional da Madeira, em termos de saúde e em especial de economia são de enorme eficácia e muito importantes para as nossas populações”, sublinhou.
O autarca porto-santense realçou “toda a panóplia de apoios importantes para os cidadãos e empresas do Porto Santo” que tem sido disponibilizada, em articulação com as autoridades da região.
Também afirmou a importância de “todas as medidas tomadas, desde o confinamento obrigatório, o encerramento dos portos e aeroportos e até a utilização de máscara” para o aumento do número de casos.
“Estou certo que estaríamos bem piores se não fossem essas medidas. Em relação ao comércio local, e tendo em conta que era difícil contar com o operador inglês, alemão e dinamarquês, a nossa aposta passaria pelo turismo nacional e especialmente o turismo regional”, recordou.
O presidente do município considerou que “a salvação” da ilha nos meses de verão foi o turismo regional e a aposta na solução “faça férias cá dentro”, que veio ajudar a economia local.
“Não podemos dizer que tivemos uma enchente nos meses de verão, mas foi melhor do que estávamos à espera”, concluiu.