“Se os casos [de Covid-19] voltarem a aumentar, devemos recorrer a confinamentos muito extensos ou tomar outras medidas suplementares a nível nacional”, afirmou hoje Matt Hancock ao jornal The Times.
O secretário de Estado da Saúde do Reino Unido estima que uma segunda vaga do novo coronavírus poderá ser “evitável”, mas que tal não será “fácil”.
“Aqui está o pior cenário razoavelmente previsível: uma gripe forte (dada a estação) e o aumento de casos de coronavírus, com as pessoas a passar mais tempo dentro de casa”, detalhou.
De acordo com um relatório do comité científico que auxilia o Governo a fazer face à pandemia, divulgado pela BBC na sexta-feira, a Covid-19 pode vir a matar 85.000 pessoas no Reino Unido, entre julho de 2020 e março de 2021, tendo por base o “pior cenário razoavelmente previsível” referido por Matt Hancock.
Embora os dados possam estar sujeitos a uma “grande incerteza”, o documento aponta algumas restrições que poderiam ser reintroduzidas no país, como por exemplo, restrições de contacto entre pessoas de diferentes agregados familiares, sendo que essas medidas permaneceriam em vigor até março de 2021.
Em julho, um estudo da Academia de Ciências, encomendado pelo Governo de Boris Johnson, estimava que, este inverno, os hospitais britânicos pudessem atingir até 120.000 mortes.
O Reino Unido, o “país da Europa mais devastado pela pandemia” registou quase 41.500 mortes e mais de 331.000 casos positivos da Covid-19, sendo que cada uma suas nações que constituem o país decide sobre as medidas a aplicar para lidar com a pandemia.