“Estamos a atravessar uma crise social e económica, e os madeirenses já estão a senti-lo, com uma grave contração na economia, o aumento do desemprego e com aquele que é o nosso principal setor, o turismo, a ser gravemente afetado”, disse o também candidato à liderança dos socialistas madeirenses numa conferência de imprensa realizada no Funchal.
Por isso, Paulo Cafôfo salientou a importância do Orçamento Suplementar que “irá ser elaborado pelo Governo Regional e debatido e discutido na Assembleia Regional”, acrescentando que deve ser “responsável e robusto” e ter como prioridade “o aumento dos apoios às famílias e às empresas”.
Hoje, o Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, após a reunião da Conferência de Representantes dos Partidos, anunciou que a proposta do Orçamento Suplementar deverá ser debatida “na penúltima semana do mês de julho”.
O parlamentar socialista opinou que este orçamento não pode servir apenas para “uma correção das contas”, realçando ser “importantíssimo para impulsionar a economia e acelerar a retoma que a Região tanto necessita”.
O PS/Madeira defende uma redução na despesa pública, o que passa pelo “corte nos gastos supérfluos” que considera “autênticos sorvedouros dos dinheiros públicos, como as sociedades de desenvolvimento, que devem ser extintas, ou a revisão da concessão das parcerias público-privadas rodoviárias”.
Outra das medidas preconizadas é uma “adequação e um ajustamento do atual quadro comunitário, onde os programas devem ser revistos e adaptados para responder às necessidades atuais”.
Para Paulo Cafôfo, este é “o momento de escolhas decisivas” e deve evitar-se “cometer os erros do passado”.
“O dinheiro deve ser aplicado onde faz mais falta e devem ser criadas condições para o crescimento económico sustentável, aumentando a resiliência da nossa economia”, defendeu.
O parlamentar socialista reforçou a necessidade de medidas que sirvam para “reinventar a Madeira”, através reformas estruturais, capazes de fortalecer a economia regional.
“Neste contexto de Orçamento Suplementar, era necessário termos um plano de recuperação económica. Infelizmente o Governo Regional ainda não fez, ao contrário do Governo da República e do Governo dos Açores que já tem este plano”, afirmou.
O PS/Madeira aponta também ser “necessário um programa global de políticas económicas e sociais que possam ser executadas no Orçamento Suplementar”, enunciando os cinco eixos que o partido vai apresentar.
“Necessitamos de aumentar os apoios às empresas”, defendeu, mencionando que a linha Covid-Madeira, na ordem dos 100 milhões de euros, “tem tido atrasos incompreensíveis” e opinou que “há uma desorientação política que os empresários não compreendem”.
Também quer medidas excecionais de apoio ao turismo, como a “criação de um fundo de captação de novas rotas, mas também a necessidade de aumentar as verbas para a promoção do Destino Madeira”.
Na área da saúde, vincou ser preciso, “de uma vez por todas, resolver o subfinanciamento crónico” no setor, incluindo-se neste orçamento “uma dotação de verbas que possam corrigir, não só os problemas do Sistema Regional de Saúde, como as situações que se acumularam ao longo desta pandemia”.
Paulo Cafôfo enfatizou ainda que “a construção do novo hospital deve ser uma prioridade”, defendendo o “aceleramento” deste projeto.
O parlamentar mencionou igualmente a necessidade de reforçar o fundo de emergência de apoio social criado, onde foram “constatadas carências” socioeconómicas da população.
Os socialistas insulares também apostam no investimento público, considerando ser “fundamental para servir de alavanca, servir de motor para impulsionar toda uma economia”.
“Essas são as propostas que apresentaremos no âmbito do Orçamento Suplementar e que esperamos que sejam acolhidas por parte do Governo Regional”, concluiu.
De acordo com a autoridade regional da saúde, na Madeira havia no domingo apenas um caso ativo de Covid-19, mantendo-se um acumulado de 90 infetado, nenhum óbito, nem qualquer pessoa internada a precisar de cuidados hospitalares.