“A nossa prioridade é assegurar a proteção de todos”, frisou o Secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, na videoconferência entre responsáveis pelo setor dos países da UE sobre as diferentes medidas tomadas para o regresso das várias modalidades.
Na sua intervenção, à qual a Lusa teve acesso, o governante fez o ponto de situação da retoma do país, destacando a possibilidade de realização de desportos individuais ao ar livre, a reabertura de ginásios, piscinas e pavilhões, sob restrições, e o reinício da I Liga de futebol, sem público nos estádios, na quarta-feira.
“Com o desagravamento e gradual levantamento das medidas de contenção, o setor do desporto não deve ser deixado para trás. Os Estados-membros estão juntos e devem permanecer unidos, em particular no período pós-Covid-19”, reforçou João Paulo Rebelo.
O governante português apelou a “uma definição comum para implementar e monitorizar a estratégia de reavivar o desporto”, reconhecendo que o setor “evite a maior crise que alguma vez viu, não apenas entre os profissionais e a elite, mas também ao nível dos escalões jovens”.
“É importante assegurar diversos instrumentos de intervenção no setor do desporto, a nível europeu, para minimizar os impactos da Covid-19”, referiu o Secretário de Estado.
Após o encontro, Tomislav Druzak, Secretário de Estado para o Desporto da Croácia, em nome do Conselho da União Europeia, reconheceu que “a situação epidemiológica vai marcar as medidas a tomar”.
“A radiografia ampla é que a maioria dos desportos e competições de grande escala continuam cancelados ou adiados até nova ordem. Em alguns Estados-membros, nos quais a situação epidemiológica melhorou, são permitidas algumas competições, mas, maioritariamente, sem espetadores”, assinalou o governante croata, cujo país detém a presidência rotativa do Conselho da UE.
A I Liga portuguesa vai ser retomada na quarta-feira, à porta fechada, depois de a Alemanha ter reiniciado a Bundesliga, em 16 de maio, mas a “chave” desta retoma é a existência de condições de segurança, resultado da colaboração entre autoridades sanitárias, científicas e desportivas, frisou Druzak.
Questionado sobre a realização da Volta a França em bicicleta, prevista para ser disputada entre 29 de agosto e 20 de setembro, Druzak assegurou que não foi abordada nenhuma competição em concreto.
“Se a situação epidemiológica for boa, não vejo nenhuma razão para que esta competição não se possa realizar, como outras”, afirmou o croata.
Em representação da Comissão Europeia, a búlgara Mariya Gabriel, comissária europeia da Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, reforçou a priorização da segurança da população, reconhecendo que neste setor, como noutros, as competências recaem nos vários Estados-membros e não no executivo comunitário.
“A segurança é a nossa primeira preocupação e o respeito pelo distanciamento social é uma das principais medidas que todos os Estados-membros respeitam”, sublinhou Gabriel.
O executivo comunitário aproveitou o encontro entre governantes para anunciar a realização de um estudo sobre o impacto da Covid-19 no desporto, que pretende apresentar no final de agosto, para promover o relançamento, a curto, médio e longo prazo, de um setor afetado de uma forma “particularmente dramática”, e torná-lo “mais resiliente para qualquer crise sanitária futura”.