Portugal, onde foram identificados vários surtos localizados de Covid-19 nas últimas semanas, não está na lista de 59 países e territórios hoje publicada, que inclui Espanha, Alemanha, Grécia, Itália, Macau ou Jamaica.
"Esta lista poderá ser aumentada nos próximos dias, após discussões adicionais entre o Reino Unido e parceiros internacionais”, refere-se o Ministério dos Transportes britânico.
Mesmo assim, todas as pessoas que chegam têm de preencher um formulário com os contactos pessoais e informações sobre o local onde vão ficar alojadas.
A lista de países foi elaborada após uma “avaliação de risco” pelo Centro de Biosegurança Comum [Joint Biosecurity Center], em conjunto com a direção geral de saúde de Inglaterra [Pubic Health England] e teve em conta fatores como a prevalência de coronavírus, o número de novos casos e a trajetória potencial da doença.
O anúncio feito hoje aplica-se apenas a Inglaterra porque a Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte têm autonomia sobre matéria de saúde e cabe aos respetivos governos determinar as medidas que pretendem introduzir.
Os Primeiros-Ministros da Escócia, Nicola Sturgeon, e do País de Gales, Mark Drakeford, qualificaram hoje como “caótica” a forma como o processo foi gerido, mas o ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps, manifestou esperança no alargamento do sistema ao resto do Reino Unido nos próximos dias.
O levantamento da medida tem sido motivo de especulação e pressão dos setores do turismo e transportes, fortemente afetados pelas restrições de viagem durante a pandemia Covid-19, o que levou as companhias aéreas a reduzirem drasticamente os serviços desde meados de março.
O Reino Unido é o principal mercado emissor de turistas para Portugal, tendo representado 19,2% das dormidas de estrangeiros em 2019 e vindo a registar sucessivos crescimentos desde 2013, apenas interrompidos em 2018, de acordo com dados do INE.
Os destinos preferenciais dos hóspedes britânicos foram o Algarve (63,4% das dormidas do mercado), a Madeira (18,5%) e a Área Metropolitana de Lisboa (10,8%).