Numa mensagem alusiva ao Dia Mundial de Oração pelo Criador, divulgada hoje, o Papa reiterou o pedido de defesa da “casa comum” e lembrou “a história de exploração do sul do planeta que tem causado um enorme défice ecológico, principalmente devido ao saque de recursos e ao uso excessivo do espaço ambiental comum para a eliminação de resíduos".
O Papa acrescentou que é chegado o momento de uma "justiça restaurativa" para com esses países e renovou o seu apelo ao cancelamento da dívida dos países mais frágeis.
Francisco defendeu ainda “a garantia de que os incentivos à recuperação que estão a ser desenvolvidos e implementados a nível global, regional e nacional sejam verdadeiramente eficazes, com políticas, legislação e investimentos centrados no bem comum e com a garantia da concretização dos objetivos sociais”.
O pontífice argentino denuncia que "a desintegração da biodiversidade, o aumento vertiginoso dos desastres climáticos, o impacto desigual da pandemia em curso sobre os mais pobres e frágeis são sinais de alerta da ganância desenfreada do consumo".
“A crise, de certa forma, deu-nos a oportunidade de desenvolver novas formas de vida. Foi possível ver como a Terra é capaz de se recuperar se a deixarmos: o ar ficou mais limpo, as águas mais transparentes, os animais voltaram para muitos lugares de onde haviam desaparecido ", disse.
Para o Papa, a pandemia levou "a uma encruzilhada" e exortou a aproveitar "este momento decisivo para acabar com atividades e propósitos supérfluos e destrutivos e para cultivar valores, laços e projetos generativos".
Na sua mensagem o Papa apela para que se faça o possível para limitar o crescimento da temperatura média global abaixo do limiar de 1,5 graus Celsius, conforme ratificado no Acordo de Paris sobre o clima, e lembrou que na preparação para a importante Cimeira do Clima em Glasgow, no Reino Unido (COP26), cada país foi instado a adotar metas nacionais mais ambiciosas de redução de emissões.
Ainda nesta linha, Francisco exortou a comunidade internacional “a trabalhar em conjunto para que a Cimeira da Biodiversidade (COP 15) em Kunming, China, seja um ponto de inflexão para o restabelecimento da Terra como uma casa onde a vida é abundante, de acordo com a vontade do Criador ".
C/Lusa