“Os ensaios clínicos da vacina contra o Coronavírus da AstraZeneca e da [Universidade] Oxford foram retomados no Reino Unido após a Autoridade Reguladora da Saúde de Medicamentos confirmar a sua segurança”, anunciou o grupo farmacêutico num comunicado.
Os testes tinham sido suspensos após uma “doença inexplicável” num dos voluntários participantes, possivelmente um efeito colateral sério.
Num comunicado de hoje, a Universidade de Oxford indicou que as provas da vacina, denominada ChAdOx1 nCoV-19 e que é desenvolvida em conjunto com a farmacêutica AstraZeneca, são retomados no Reino Unido após uma pausa no passado dia 06 de setembro, como medida de precaução.
Esta possível vacina, considerada uma das mais avançadas das que se desenvolveram em todo o mundo, está nas fases finais dos ensaios clínicos, antes de receber a autorização dos organismos reguladores para proceder à imunização da população.
Em finais de agosto, a UE fechou “um primeiro contrato” com a farmacêutica britânica AstraZeneca que garantia o acesso a 300 milhões de doses da vacina, pelo que a suspensão dos ensaios provocou um motivo sério de preocupação em todo o mundo.
No documento para dar conta da retoma dos testes, a universidade indica que cerca de 18.000 pessoas receberam esta vacina em estudo, como parte dos ensaios clínicos, e que, em testes tão amplos como estes, é esperado que algum dos participantes se possa sentir mal.
“Cada caso deve ser avaliado cuidadosamente” para garantir a segurança da vacina, acrescenta o comunicado da Universidade de Oxford, que não especificou a data da retoma dos ensaios.
As provas clínicas no Reino Unido recomeçarão após a conclusão do processo de revisão independente.
“Não podemos revelar a informação médica sobre a doença (do voluntário) por razões de confidencialidade do participante”, explica a universidade no seu comunicado.
“Estamos comprometidos com a segurança dos nossos participantes ao mais alto nível de conduta nos nossos estudos e seguimos de perto a segurança” da vacina, acrescenta o documento.
A potencial vacina, que apresentou resultados promissores nos primeiros ensaios, estava a ser submetida a provas clínicas no Reino Unido, Estados unidos da América, Brasil e África do Sul.
No mês de agosto, os governos da Argentina e México, assim como a fundação mexicana Slim, chegaram a acordo com a AstraZeneca e a Universidade de Oxford para fabricarem a vacina para os seus países e distribuírem depois para o resto da América Latina, exceto o Brasil.
O Presidente da Argentina, Alberto Fernández, informou em agosto que o objetivo era elaborar entre 150 e 250 milhões de doses que estariam disponíveis a preços acessíveis, com um custo individual entre os três e quatro dólares.