O responsável reconheceu que o número de novos casos reflete o número de testes realizados, mas considerou que revela “ritmos de contágio alarmantes”.
Hans Kluge admitiu que existe entre as populações uma “fadiga natural” com a persistência de uma crise sanitária como a da Covid-19 e que é preciso compreendê-la e saber em que situações é que coloca as pessoas em risco.
No entanto, a OMS ainda não recomenda medidas como as adotadas em França, como a redução do tempo de quarentena de 14 para sete dias, porque “mesmo uma ligeira redução na duração da quarentena” pode ter efeito na propagação da doença.
“O período de 14 dias é uma estimativa conservadora do período infeccioso” e, apesar de contemplar alguma incerteza, cobre “três a cinco dias antes e cinco dias depois do aparecimento dos sintomas”.
Kluge encorajou os países europeus a tomarem “decisões baseadas na ciência” e a “explorarem opções de redução seguras”.
“O conceito de quarentena tem que ser protegido, adaptado continuamente e bem comunicado, sem qualquer ambiguidade”, defendeu.
O diretor regional da OMS pediu “coerência regional” aos países europeus, apontando que “a resposta à crise foi eficaz quando as ações foram rápidas e decididas”, mas que “o vírus foi impiedoso quando se meteu a politização e a desinformação”.
Com 4.893.614 casos e 226.524 mortes na região europeia, o impacto da pandemia manifesta-se também “de forma monumental na saúde mental, nas economias e nas sociedades”.
Considerou que o confinamento adotado nos países europeus na primavera teve resultados, conseguindo-se em junho a maior redução no número de novos casos.
“Os números de setembro, no entanto, devem servir como um alerta para todos”, salientou.
Mais de metade dos países da região da Europa “tiveram aumentos de novos casos diários superiores a 10 por cento nas últimas duas semanas” e sete nações viram o número de novos casos duplicar nesse período.
Na primeira semana de setembro, a faixa etária em que se verificam mais novos casos é entre os 25 e 49 anos, notou.