A marcha começou nas proximidades do emblemático Portão de Brandenburgo e dirige-se à Coluna da Vitória, estando agendada uma grande reunião para hoje à tarde com o objetivo de celebrar “o fim da pandemia”.
Entre os manifestantes, que atingem as 7.000 pessoas, de acordo com a televisão pública regional RBB, contam-se pequenos comerciantes descontentes com as restrições à vida pública e grupos de pessoas que consideram as limitações como um ataque ao direito a ter liberdade de movimentos.
Na marcha são visíveis várias faixas que aludem a uma suposta “conspiração” orquestrada pela indústria farmacêutica e pelo bilionário norte-americano Bill Gates, ‘slogans’ anti vacinas e frases de extrema-direita exigindo o “fim de Angela Merkel”.
O denominador comum dos vários movimentos presentes na manifestação é um apelo à resistência e à celebração do “Dia da Liberdade”, uma frase que, segundo alguns organizadores, se refere ao título do filme sobre o congresso do partido nazi de 1935, dirigido por Leni Riefelstahl, o cineasta que preparava a propaganda de Adolf Hitler.
As autoridades de Berlim puseram nas ruas um forte dispositivo de segurança, já que, além desta mobilização, foram convocadas marchas de esquerda e são também esperadas festas “espontâneas”, que acontecem na capital alemã há várias semanas, juntando, muitas vezes, milhares de participantes.
A manifestação pelo fim das restrições ligadas à pandemia de covid-19 acontece numa altura em que o Governo federal, da chanceler Angela Merkel, e os estados regionais demonstram grande preocupação com o aumento do número de novas infeções no país.
Segundo dados do Instituto Robert Koch, foram registadas 955 novas infeções nas últimas 24 horas, o que representa um aumento substancial em relação à média de 800/850 da semana passada e ainda mais em relação à média de 300/350 contabilizada em meados de junho.
No total, foram registadas 209.653 infeções e 9.148 mortes.
A Alemanha disponibiliza, a partir de hoje, testes gratuitos para viajantes que regressem de países estrangeiros, testes que serão obrigatórios a partir de segunda-feira para quem viaje com origem em zonas de risco, a fim de evitar as quarentenas.
C/Lusa