“Perante as notícias que têm vindo a público, que a evolução epidemiológica verificada em Portugal continental poderá pôr em risco o entendimento do Governo inglês relativamente a este destino turístico para os cidadãos ingleses, a Madeira diligenciou de imediato um reforço da comunicação” junto de vários intervenientes, declarou o secretário regional do Turismo do arquipélago.
Eduardo Jesus enunciou que o Governo Regional da Madeira enviou hoje cartas para os Governos da República e do Reino Unido, e igualmente para o embaixador britânico em Portugal e para o de Portugal em Inglaterra, sobre este assunto.
O governante insular sublinhou que o objetivo é “a clarificação da situação epidemiológica na Região Autónoma da Madeira” junto do governo britânico, “para que as decisões que possa tomar já esta semana tenham em consideração a situação regional”.
“É da mais elementar justiça que se faça esta distinção, aliás, recomendada pela Comissão Europeia já no mês de maio, para que os países tenham o cuidado de informar internacionalmente qual a situação que caracteriza cada uma das suas regiões” argumentou.
O responsável do executivo madeirense vincou que a Madeira “tem sido fortemente penalizada pelo facto de o Governo português não ter sido ainda capaz de distinguir a realidade da Madeira face à de Portugal continental”.
“Ficámos reféns da situação nacional durante um largo período de tempo e só vimos os corredores abertos e sem restrições às viagens quando também assim foi entendido para Portugal continental”, destacou.
Eduardo Jesus realçou que esta postura “prejudicou gravemente” a Madeira e “significa uma profunda injustiça” que o Governo Regional quer “evitar que se repita e perdure no tempo”.
“Por isso mesmo, estamos novamente numa fortíssima vaga de comunicação junto de todos estes intervenientes a informar qual a situação da Madeira, a revelar, a mostrar e a evidenciar que esta situação é muito diferente daquela que se verifica a nível nacional e que a operação com o mercado inglês não apresenta riscos acrescidos para os cidadãos ingleses”, enfatizou.
O secretário regional salientou que a operação entre a Madeira e o Reino Unido acontece com recurso a voos diretos, que ligam os aeroportos do Reino Unido e o internacional a Madeira – Cristiano Ronaldo, sem passagem por outras paragens e sem mudança de aeronaves durante a viagem, o que diminui o “risco de contágio”.
“É uma operação que está bastante bem controlada do ponto de vista da segurança sanitária e do contágio do vírus relativamente às pessoas que viajam”, complementou o governante do arquipélago.
Reforçando que os indicadores que servem para avaliar a situação são “científicos” e utilizados para analisar os outros destinos turísticos, Eduardo Jesus concluiu que “a Madeira não pode é ficar refém de uma evolução que é menos favorável do todo nacional e, novamente, entrar numa fase de grande prejuízo para toda a atividade económica e toda a população da região”.
Em 20 de agosto, o governo britânico incluiu Portugal na lista dos países com “corredores de viagem” para Inglaterra, cujos passageiros ficam isentos de cumprir uma quarentena de duas semanas imposta devido à pandemia covid-19.
Mas, uma semana mais tarde, em declarações à Lusa, o coordenador do gabinete de crise covid-19 da Ordem dos Médicos (OM), o pneumologista Filipe Froes, alertou para a possibilidade do retrocesso da situação.
O responsável falava da degradação da situação epidemiológica no país, em 28 de agosto, num dia em que Portugal registou mais seis mortes e 401 novos casos confirmados de infeção.
Os últimos dados anunciados pela autoridade regional de saúde informam que a Madeira não registou novos casos de infeção nos últimos dois dias, mantendo o total cumulativo de 158 casos, já com 118 recuperados e 40 ativos.
C/Lusa