Esta é uma das conclusões da avaliação feita pelo projeto “Em Foco” da Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM), com data de 27 de junho, que analisou o impacto da pandemia da Covid-19 na Região Autónoma da Madeira no período compreendido entre 17 de março, dia em que foi reportado o primeiro caso de infeção, e 07 de junho.
De acordo com o Instituto da Administração de Saúde da Madeira (IASAUDE), no sábado, a região mantinha um acumulado de 92 infetados, 90 recuperados, dois casos importados ainda ativos e nenhuma morte provocada pelo novo Coronavírus.
Entre os indicadores enunciados pela DREM está o número de casos de Covid-19 por habitante no arquipélago, concluindo ser “o mais baixo” entre as regiões NUTS II, nomenclatura para fins estatísticos que inclui sete territórios do país, incluindo as regiões autónomas, Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve.
Neste capítulo, aquela entidade menciona que “a 26 de junho de 2020, na Região Autónoma da Madeira, o número de casos confirmados por 10 mil habitantes era de 3,6, muito inferior ao do país (39,7 casos por 10 mil habitantes)”.
Mesmo o concelho de Câmara de Lobos, contíguo a oeste do Funchal, que registava 12,2 casos por 10 mil habitantes – o mais elevado a nível regional, onde chegou a ser montada uma cerca sanitária devido a um foco num bairro social -, o valor é, ainda assim, “três vezes menor que a média nacional”.
Quanto ao Funchal, “o município mais populoso da Região Autónoma da Madeira, apresentava um rácio inferior à média regional (2,6 casos por 10 mil habitantes)”.
Apesar de não haver registo de mortes por Covid-19, a DREM refere que os assentos de óbito da Madeira indicam que, entre 17 de março e 7 de junho, foram contabilizados 640 falecidos neste arquipélago, um “ valor superior ao período homólogo de 2019 (589) e igual ao de 2018 (640)”.
Também indica que o desemprego tem registado “uma tendência crescente”, tendo o número de inscritos aumentado 6,3%, atingindo um total de 17.465 pessoas.
Esta análise destaca que houve “um recuo na atividade económica que pôs fim a um ciclo contínuo de crescimento que já durava há 81 meses”, com quebras de 19,7% , por exemplo, nas vendas do Vinho da Madeira, em termos homólogos, na ordem dos 35,1% em abril.
O setor do turismo foi um dos mais afetados, sofrendo efeitos “devastadores”, com os portos fechados e o movimento nos aeroportos reduzido a dois voos semanais, o que levou ao encerramento das unidades hoteleiras e de muitos restaurantes, com a imposição do confinamento, enfatiza.
Nos aeroportos da Madeira, “o movimento de passageiros (embarcados, desembarcados e em trânsito), em março de 2020 reduziu-se em 50% e quase se anulou por completo em abril e maio”, refere a DREM, indicando que “em abril passaram pelos dois aeroportos da região apenas 371 passageiros e em maio 1.839.”.
Estes números representam que as quebras “aproximaram-se dos 100% (-99,9% em abril e –99,4% em maio)”, frisa, complementando que os segmentos turísticos mais afetados foram o turismo rural e alojamento local, não tendo as dormidas, em abril, ultrapassado as 7.000, “cerca de apenas 1% do valor de abril de 2019.”
Quanto às empresas, “79% dizem que devido à pandemia tiveram uma diminuição do volume de negócios, enquanto “14% assinalaram não existir impacto” na sua atividade.
Outras indicaram diferentes cenários em termos de produção, estando 84% em funcionamento e 15% temporariamente encerradas.
“A taxa de inflação de maio – variação média dos últimos 12 meses – foi de -0,8%, continuando a acentuar-se a tendência negativa desta variável macroeconómica na Região, que já se encontra abaixo de 0% desde novembro do ano passado, contrariamente ao que acontece a nível nacional”, conclui.
C/Lusa