Jorge Calado, Diretor do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) informou numa conferência de imprensa que o governo ‘paranaense’ aguarda autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicar os testes da fase três do imunizante Sputnik V, desenvolvido pelo instituto russo Gamaleia, em 10 mil pessoas, a partir de outubro.
A Tecpar, instituição de pesquisa ligada ao governo regional do Paraná, será responsável por coordenar os estudos e os testes deste imunizante no Brasil.
Em agosto passado, o governo regional do Paraná assinou um memorando de entendimento com a Rússia para ampliar a cooperação técnica, transferências de tecnologia e estudos sobre a vacina russa contra o novo coronavírus.
Hoje, a revista The Lancet publicou um artigo mostrando que esta vacina russa é capaz de produzir imunidade contra a covid-19.
A publicação científica detalhou as primeiras descobertas dos cientistas que participaram de dois ensaios clínicos da Sputnik V.
Segundo a publicação, duas formulações do imunizante – uma congelada e outra liofilizada – mostraram ser seguras pois não identificaram reações adversas graves nos voluntários que receberam o medicamento. A futura vacina russa induziu respostas de anticorpos em todos os participantes da pesquisa num período de 21 dias.
De acordo com o relatório da The Lancet, os testes ocorreram em dois hospitais russos envolvendo adultos saudáveis com idades entre 18 e 60 anos, que foram obrigados a se isolar assim que se registaram para o teste. Eles permaneceram no hospital durante os primeiros 28 dias do estudo após serem vacinados.
O Brasil já participa de testes da Coronavac, um imunizante em fase de desenvolvimento criado pelo laboratório chinês Sinovac, num estudo coordenado no estado de São Paulo pelo Instituto Butantan.
O país também participa do programa de testes da futura vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e a farmacêutica AstraZeneca.
Também foram autorizados testes no país de duas opções de vacina desenvolvidas pelas empresas BioNTech e a Pfizer, e de um outro imunizante pesquisado pela farmacêutica Janssen-Cilag, do grupo Johnson & Johnson.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (mais de quatro milhões de casos e 124.614 óbitos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 869.718 mortos e infetou mais de 26,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
C/Lusa