Os dados analisados pela equipa da Universidade de Edimburgo, divulgados na revista Nature Medicine, referem-se a mais de 87.000 mulheres que estiveram grávidas entre dezembro de 2020 e outubro de 2021 na Escócia, 4.950 das quais contraíram covid-19.
De acordo com as conclusões, "partos prematuros, nados-mortos e morte infantil são mais comuns entre as mulheres que foram infetadas pelo vírus [SARS-CoV-2] até 28 dias antes da data do parto".
As mulheres grávidas que contraem covid-19 mais perto da data do parto "estão mais sujeitas a ter complicações do que as que têm a doença mais cedo durante a gravidez ou que nunca tiveram covid-19".
Das 4.950 mulheres grávidas que foram infetadas, 77 por cento não tinha sido vacinada contra a covid-19.
Os investigadores incluíram na sua análise dados sobre mortes perinatais, a morte de um bebé no útero numa gravidez com mais de 24 semanas ou nos primeiros 28 dias após o parto.
Concluíram que a taxa de mortes perinatais para as grávidas que tiveram covid-19 nos 28 dias antes do parto era de 23 em mil, enquanto antes da existência da covid-19 essa taxa era de seis em mil.
Entre as 4.950 grávidas que tiveram covid-19 nos 28 dias anteriores ao parto, 17% deram à luz prematuramente, mais do que a taxa anterior à pandemia, que na Escócia se situava nos 8%.
Os investigadores salientam nas suas conclusões que não se pode concluir que a covid-19 tenha contribuído diretamente para as mortes dos bebés ou para os partos prematuros porque não tiveram acesso aos registos hospitalares detalhados das mulheres.
Compararam também a ocorrência de complicações obstétricas nas grávidas escocesas vacinadas que contraíram covid-19 e verificaram que foram semelhantes às taxas pré-pandemia: quatro em mil mortes perinatais e 8% de partos prematuros.
A investigadora e obstetra Sarah Stock, da Universidade de Edinburgo, que é co-autora do estudo, afirmou que os dados sugerem que "a vacinação durante a gravidez não aumenta o risco de complicações, mas a covid-19, sim".