“Estamos neste momento a revisitar a orientação técnica dos procedimentos a adotar daqui para a frente nas estruturas para idosos e para crianças, porque estamos numa outra etapa da pandemia, já aprendemos mais e podemos evoluir”, disse a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, sem adiantar datas para a sua entrada em vigor.
Em resposta a críticas que têm surgido, Graça Freitas disse acreditar que as visitas multidisciplinares aos lares, que integram técnicos da Segurança Social e da Saúde Pública, “estão a resultar”.
“Além de verificarem as condições dos lares, estas visitas obviamente também têm um caráter pedagógico”, justificou.
A diretora-geral da Saúde esclareceu que, da parte da Segurança Social, “foram criadas equipas de intervenção rápida que permitem uma atuação mais célere e concertada, e há da parte da saúde pública uma agilização de procedimentos”.
Para Graça Freitas, “as coisas não estão a ser feitas de forma reativa, muitas coisas estão a ser feitas de forma programada, nomeadamente as visitas aos lares”, apelando de novo a estas instituições para que, “em caso suspeito, darem o alerta rapidamente e não esperarem que a situação se propague”.
A secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira adiantou que, a 30 de abril, houve 317 instituições sinalizadas com 3.690 casos positivos e hoje são 68 com 887 casos.
“Sem escamotear uma realidade que é muito sensível e à qual dedicamos a máxima preocupação, podemos tranquilizar o senhor presidente da Assembleia da República de que a realidade é muito diferente daquela que vivemos no início do pico da pandemia”, justificou.
“Como é que se compreende que continuem apenas a fazer-se testes quando há pessoas que acusam positivo. Quando há uma pessoa num lar que acusa positivo, o caminho já está prejudicado, o caminho para uma vaga nesse lar já é muito forte”, afirmou o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, na segunda-feira.
Na terça-feira, o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), Alexandre Lourenço, advertiu para “uma janela de oportunidade”, com a acalmia da pandemia de Covid-19 a partir de abril, que está a terminar com o impacto de uma eventual segunda vaga.
“Vamos ter porventura com uma segunda vaga ou mesmo emergência de outras infeções respiratórias sazonais porque aí certamente vamos ter mais desafios e estes desafios só se respondem com planeamento”, afirmou Alexandre Lourenço, na cerimónia de apresentação do Movimento Saúde em Dia, uma iniciativa em parceria com a Ordem dos Médicos (OM).
No seu entender, não se pode “correr o risco de ter um sistema que é gerido ao dia e as respostas são identificadas ao dia".