“À data de ontem [sexta-feira], primeiro dia de acolhimento, 18 pessoas em situação de sem abrigo já pernoitaram nas novas instalações, sendo este um trabalho dinâmico, que irá continuar ao longo dos próximos dias”, disse Augusta Aguiar à agência Lusa.
"Todas as pessoas em situação de sem-abrigo, acolhidas neste centro, irão efetuar o teste à Covid-19”, afirmou.
O centro de acolhimento tem “capacidade para acolher, em regime de pernoita, nesta primeira fase, 60 utentes”, podendo a resposta ser estendida “até ao limite de 100 pessoas”, o número de situações de sem abrigo sinalizadas na Madeira, acrescentou a governante.
O centro foi montado no Parque Desportivo dos Trabalhadores – Dr. Sidónio Fernandes, na freguesia de São Martinho, no concelho do Funchal.
A responsável pela Inclusão Social na Madeira referiu que toda a logística desta resposta social contou com a “colaboração no apetrechamento e montagem dos equipamentos (camas, mesas, cadeiras e demais elementos necessários) do Regimento de Guarnição n.º 3 [RG3]”.
Quanto ao apoio alimentar, higiene e acompanhamento psicossocial e de enfermagem, a governante também garantiu que “está a ser assegurado, em articulação com as entidades parceiras do Plano Regional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo[PRIPSSA]”.
Augusta Aguiar sublinhou que, neste caso, “há todo um trabalho prévio, em rede, que antecedeu esta transição”, o que envolveu o “acompanhamento das instituições que trabalham diariamente no terreno com esta população e conhecem a sua realidade, de forma a sensibilizá-los para a importância e maior segurança, nesta fase de contingência”, de recolherem ao centro de acolhimento temporário.
A responsável destacou ainda o trabalho das equipas multidisciplinares que vão trabalhar nesta área, fazendo o “acompanhamento diário”, o que passa por assegurar “apoio alimentar de higiene, psicossocial, de enfermagem e médico necessário”, além da “monitorização das pessoas em situação de sem abrigo, em articulação com a Polícia de Segurança Pública [PSP]".
Estas equipas "serão constituídas por assistentes sociais, psicólogos, sociólogos e educadores sociais do Instituto de Segurança Social da Madeira e entidades parceiras que atuam nesta área, profissionais de saúde e voluntários das instituições parceiras, trabalhando por turnos”, afirmou.
“Face ao atual estado de emergência, e as medidas adotadas para prevenção da disseminação da doença Covid-19, o centro de acolhimento temporário revela-se uma resposta social adequada à proteção da população em situação de sem abrigo”, salientou, apontando que vai funcionar “enquanto durar a atual situação de pandemia”
No entender de Augusta Aguiar, “faz sentido prosseguir neste esforço de confinamento das pessoas em situação de sem abrigo, dando-lhes melhores condições para cumprirem o isolamento social recomendado a toda a população”, tendo em atenção a proteção desta população mais vulnerável
“O Governo da Madeira tem agido de forma integrada, reforçando as medidas e respostas sociais” e, “na área do apoio e proteção das pessoas em situação de sem-abrigo, vai continuar o acompanhamento próximo desta população, em articulação com as entidades parceiras (…), dando uma resposta integrada e que potencie a prevenção da disseminação da Covid-19”, argumentou.