Numa moção que irá ser discutida na reunião do executivo da Câmara de Lisboa agendada para quinta-feira, os vereadores centristas defendem que a autarquia recomende ao Governo “a testagem obrigatória aos viajantes, nacionais ou estrangeiros, que chegam a Portugal por fronteiras aéreas ou marítimas”.
À semelhança do que já acontece nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, os autarcas do CDS-PP querem que os viajantes apresentem à chegada um teste de despistagem à Covid-19 com resultado negativo, obtido no país de origem nas últimas 72 horas.
Em alternativa, os viajantes podem realizar o teste de despistagem à chegada, “só podendo circular livremente se e quando obtiver resultado negativo”.
Na moção, o CDS-PP recorda que, na segunda-feira, a Direção-Geral da Saúde informou que está a preparar um reforço das regras e medidas para todos os portos, aeroportos e aeródromos nacionais, em colaboração com a tutela e a Autoridade Nacional de Aviação Civil.
Neste momento, é referido, apenas é feito o controlo da temperatura dos passageiros que chegam ao país e que preenchem um “cartão de localização”, em formato de papel, que permite localizar o viajante caso seja identificado algum caso de infeção posteriormente ao voo.
Estas medidas de prevenção em vigor, é acrescentado, “contrastam com a atual situação do país e com as medidas que têm vindo a ser impostas aos portugueses, em particular aos que vivem na Área Metropolitana de Lisboa”.
“Neste momento, a atual situação do país, particularmente preocupante na região de Lisboa e Vale do Tejo, e a necessidade de se reativarem sectores-chave da economia nacional, como o turismo, que representa cerca de 15% do PIB, impõe que sejam adotadas medidas de prevenção mais robustas nos aeroportos e portos portugueses, designadamente a testagem obrigatória de quem chega (à semelhança do que sucede em países como Áustria, República Checa, Grécia, Estónia, Eslováquia e Chipre)”, lê-se na moção.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 477 mil mortos e infetou mais de 9,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.543 pessoas das 40.104 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
C/Lusa