Neste âmbito, a Binter deixa de assegurar o contrato de serviço público prestado na Madeira, nomeadamente as ligações aéreas de e para a ilha do Porto Santo, ressalvando que a companhia aérea “quer continuar a operação, mas as medidas impostas pela região da Madeira a impedem por enquanto”.
“A quarentena imposta à tripulação não nos permite transferir o avião da Madeira para Gran Canária [Espanha] para realizar trabalhos de manutenção com todas as garantias de segurança”, avançou a Binter, em resposta escrita à agência Lusa.
Por esse motivo, a companhia aérea espanhola tem que “deixar o avião em Gran Canária, porque, se voltar à Madeira, o avião deverá ser parado e as tripulações em quarentena”.
Assim que a situação de quarentena imposta devido à Covid-19 seja superada, a intenção da Binter é voltar a assegurar a operação da linha aérea Funchal – Porto Santo.
Desde as 00:00 horas de domingo que todos os cidadãos que aterrem na Madeira são obrigados a ficar em quarentena.
"Não sabemos, estas pessoas [que vinham para a Madeira], em que condição é que se encontram. Por isso é que se reforçou, na entrada no aeroporto", onde é efetuada a medida da temperatura e um inquérito obrigatório a todos os que chegam à ilha, que permite também saber "em que local a pessoa vai ficar em quarentena para poder haver depois algum controlo", explicou o secretário do Turismo da Madeira, Eduardo Jesus.
A Lusa questionou o Governo Regional da Madeira sobre a decisão da Binter, mas este remeteu uma resposta para o Governo da República por se tratar de um contrato de serviço público, aguardando-se uma resposta do Ministério das Infraestruturas e da Habitação.
O Governo Regional da Madeira anunciou hoje o primeiro caso de Covid-19 na região, indicando que se trata de uma cidadã holandesa que se encontrava de férias na ilha.
"O caso positivo foi detetado numa cidadã holandesa que entrou na região no dia 12 de março", disse o presidente do executivo, Miguel Albuquerque.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.
Dos casos confirmados, 242 estão a recuperar em casa e 206 estão internados, 17 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).
O boletim divulgado pela DGS assinala 4.030 casos suspeitos até hoje, dos quais 323 aguardavam resultado laboratorial.
Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.