O anúncio foi feito em Genebra, pela Fundação GAVI, que administra o programa Covax, em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
“A Venezuela uniu-se recentemente ao Covax e pagou as suas obrigações financeiras. Esperamos poder distribuir-lhes as doses, quando tenhamos disponíveis as do tipo que escolheu”, disse um porta-voz da GAVI à agência EFE.
O anúncio teve lugar depois de a Venezuela denunciar, terça-feira, perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, que as sanções impostas pelos Estados Unidos estavam a impedir a chegada de vacinas contra a covid-19, afetando o programa de imunização da sua população.
A denúncia foi feita embaixador venezuelano na ONU, Héctor Constant, que afirmou que as sanções são um exemplo de “um crime que lesa a Humanidade” pois bloquearam o pagamento de milhões de dólares ao Covax.
No passado dia 04 de junho, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um ultimato ao programa Covax, para entregar as vacinas que ainda não recebeu ou devolver o dinheiro.
“O sistema Covax falhou. Nós cumprimos a nossa parte (…). Tivemos que entrar no jogo, fazer magia para desbloquear os fundos que estavam congelados”, declarou Maduro, na televisão nacional, precisando que o país pagou 120 milhões de dólares (101,3 milhões de euros) àquele programa da OMS sem nada receber.
Já dura há vários meses a polémica em torno das vacinas que a Venezuela diz ter comprado através do programa Covax.
Segundo anteriores declarações do Presidente Maduro, os Estados Unidos bloquearam 10 milhões de dólares, o último pagamento do seu país para beneficiar do Covax, devido às sanções norte-americanas impostas à Venezuela.
Desde março de 2020 que a Venezuela está em confinamento preventivo e atualmente aplica um sistema de sete dias de flexibilização, seguidos de outros sete dias de confinamento rigoroso.
O país contabilizou 3.239 mortes e 280.980 casos da doença, desde o início da pandemia, de acordo com dados oficiais.
C/Lusa