“Eu bem sei que as pessoas acham que os primeiros ministros têm que saber tudo e decidir sobre tudo, eu infelizmente não sou especialista em vacinas e não tomo decisões que cabem aos técnicos tomar”, afirmou António Costa, que falava após a inauguração da escola secundária de São Pedro, em Vila Real.
A EMA concluiu hoje que existe uma “possível relação” entre a vacina da contra a covid-19 da farmacêutica AstraZeneca e a formação de “casos muito raros” de coágulos sanguíneos, mas insistiu nos benefícios do fármaco.
“A EMA encontrou uma possível relação [entre a vacina da AstraZeneca] e casos muito raros de coágulos de sangue incomuns com plaquetas sanguíneas baixas”, mas “confirma que o risco-benefício global permanece positivo”, informa o regulador da União Europeia (UE) em comunicado.
“Sempre disse e é o apelo que temos feito que as autoridades nacionais, todos os estados membros da União Europeia devem respeitar as decisões da EMA e evitar tomar decisões unilaterais”, frisou o primeiro-ministro português.
António Costa lembrou a reunião de ministros da Saúde da União Europeia, convocada para hoje por Marta Temido, no exercício da presidência portuguesa, para uma tomada de “posição coordenada relativamente às decisões que possam ter que ser tomadas em função das conclusões da EMA”.
O primeiro-ministro disse ser “fundamental que ao nível da União Europeia, ao menos, haja uma atuação coordenada” porque já se ouviram “as mais diferentes sugestões de recomendações”.
“A EMA, onde participam todos os estados membros procedeu a uma revisão, mais um vez da vacina, tomou as conclusões que já são públicas, há agora uma reunião dos ministros da Saúde de forma a que tenhamos uma posição coordenada ao nível de todos os estados membros e não haja uma indefinição e cada um a decidir por si, porque isso é um fator, naturalmente, de desconfiança e de insegurança, para todos nós”, salientou.
Quando às conclusões da EMA, reforçou que “se os técnicos entendem que assim é”, da sua parte só tem a dizer “muito bem”.
A AstraZeneca tem estado envolta em polémica devido ao surgimento de coágulos sanguíneos em vacinados com a sua vacina contra a covid-19, entretanto denominada Vaxzevria, situação que levou alguns países europeus a suspender o seu uso e que só foi ultrapassada depois de a EMA ter garantido, em meados de março, que este era um fármaco seguro e eficaz.
C/Lusa