"Os madeirenses e porto-santenses demonstraram claramente que não queriam o PSD no poder, mas lá veio a bengala do CDS e fez com que o PSD se perpetue no poder por mais algum tempo", disse, referindo-se à coligação governativa, resultante das eleições de 2019.
Emanuel Câmara falava na abertura do XIX congresso do PS/Madeira, que decorre até domingo, no Funchal, confirmando a liderança de Paulo Cafôfo, que foi eleito em julho décimo presidente do partido na região, numas eleições internas na qual foi o único candidato.
"Temos, a partir de agora, mais um sonho para concretizar", declarou o presidente cessante. E reforçou: "Infelizmente, não conseguimos o objetivo primeiro, que era retirar o PSD do poder."
Emanuel Câmara realçou, no entanto, que o PS vai agora trabalhar com "humildade e dedicação", considerando que isso é fundamental para "partir a bengala em dois" e alcançar a alternância de poder na região autónoma, onde o PSD governa desde 1976, tendo perdido pela primeira vez a maioria absoluta em 2019, com a eleição de 21 deputados num total de 47 com assento no parlamento regional.
"Esse momento, se Deus quiser, no próximo ato eleitoral, nas eleições legislativas regionais, vai acontecer", declarou, reforçando que o PS deve continuar a fazer o "trabalho de formiguinha" nesse sentido.
Emanuel Câmara, que é também presidente da Câmara Municipal de Porto Moniz, norte da Madeira, lembrou que o PS obteve o maior resultado de sempre na região em 2019, passando de 5 para 19 deputados e transformando-se assim na maior força da oposição madeirense.
Neste XIX congresso regional não estará presente o secretário-geral do Partido Socialista, António Costa, registando-se a representação da estrutural nacional na sessão de encerramento, no domingo, por Carlos César.
Paulo Cafôfo é o proponente da única moção de estratégia global que será discutida nesta reunião magna, intitulada "Avançar a Madeira pelas pessoas".
C/Lusa