Numa apresentação, no âmbito da reunião que junta hoje no infarmed políticos e especialistas em saúde pública, sobre a evolução da incidência e da transmissibilidade do vírus no país ao longo das últimas semanas, na qual se verificou um agravamento acentuado da pandemia de covid-19, o epidemiologista avisou para as consequências de não se tomarem de imediato medidas para travar o ritmo de transmissão, cujo Rt nacional está atualmente em 1,22.
“Se não fizermos nada, mantendo-se o Rt atual, o número de casos e hospitalizações vai continuar a aumentar de forma exponencial. Se implementarmos essas medidas por duas semanas, o Rt volta a aproximar-se de 1. Se for por um mês, já se começa a ver uma redução em todos os cenários. Quanto maior for o confinamento, maior será a redução da transmissão”, sublinhou.
Depois de revelar que o Rt passou de 0,98 no dia 25 de dezembro para 1,2 no dia 30, Baltazar Nunes traçou então diferentes cenários de confinamento para janeiro e fevereiro, que previam a continuidade das aulas presenciais para todos os ciclos, a suspensão de atividade letiva presencial acima dos 15 anos e o encerramento total das aulas presenciais, como ocorreu em março e abril de 2020.
Segundo as estimativas da equipa coordenada pelo investigador do INSA, um confinamento com “as escolas em regime presencial é suficiente para trazer o Rt para baixo de 1”, mas a descida será superior se houver suspensão das aulas para os alunos com mais de 15 anos e ainda mais acentuada numa eventual suspensão total da atividade letiva.