“Eu tenho um olhar de esperança para a Igreja contemporânea”, disse Tolentino de Mendonça durante a conferência de imprensa que antecedeu a peregrinação internacional aniversária de maio, em Fátima, a que preside.
O cardeal afirmou que é preciso que as comunidades cristãs tradicionais “se fortaleçam, cresçam, tenham dinamismo espiritual novo” e “também aceitem todo o trabalho de reconfiguração que é sempre necessário para cada comunidade poder ser uma resposta às necessidades”.
Segundo Tolentino de Mendonça, se é verdade que a pandemia “obriga a repensar, a reconfigurar, porventura a encontrar também novas linguagens, novos instrumentos ou uma nova adequação da realidade”, também é verdade que, “mesmo no momento em que as igrejas estiveram fechadas, se descobriram as famílias como igrejas domésticas”.
“É um tempo de desafio também para a Igreja, para as comunidades, porque a dificuldade que o mundo sente é também vivida no interior da igreja e das comunidades. Mas penso que, ao mesmo tempo, é uma hora de grande esperança”, considerou.
Para o cardeal, “também aqui, todo este sofrimento não pode ser em vão”.
Tolentino de Mendonça disse aos jornalistas que chegou hoje a Fátima como peregrino, partindo da zona de Porto de Mós, no distrito de Leiria.
“Também eu me pus a caminho a pé e foi assim que cheguei a Fátima mais uma vez. Quis sentir aquilo que sentem todos os peregrinos”, justificou.
O cardeal frisou que se vive um tempo em que as pessoas precisam de consolação e também de pensar na “reconstrução espiritual da Europa” e lembrou que o papa Francisco defendeu que é preciso “aproveitar este momento histórico para dar um passo em frente”.