O juiz presidente do inquérito público ao incêndio numa torre de apartamentos em Londres em junho, que matou pelo menos 80 pessoas, reconheceu hoje que existe nos sobreviventes “uma grande sensação de raiva e traição”.
Na abertura do inquérito, o juiz retirado Martin Moore-Bick disse esperar que a sua investigação possa “proporcionar algum consolo” ao responder como um tal desastre pode acontecer na Londres do século XXI.
Adiantou que o inquérito, que se inicia exatamente três meses depois do incêndio, analisará “o que aconteceu e porque é que aconteceu”.
O fogo na torre Grenfell, na noite de 13 para 14 de junho, começou num frigorífico e propagou-se a toda a torre de 24 andares e 120 apartamentos com rapidez, suspeita-se que devido ao revestimento do edifício.
O inquérito vai analisar as causas do fogo e a forma como se propagou, os regulamentos de construção de edifícios altos e a resposta das autoridades locais do oeste de Londres, onde se localiza a torre.
Moore-Bick sublinhou que a sua missão é “alcançar a verdade com a ajuda de todos aqueles que têm provas relevantes para dar”, adiantando que este é um processo “essencialmente de cooperação”.
A torre de apartamentos, situada no bairro de North Kensington, era de habitação social e nela residiam mais de 400 pessoas, muitas imigrantes, incluindo portugueses.
LUSA