A Coca-Cola não se “atreve” a fazer uma estimativa do impacto do imposto sobre bebidas açucaradas, mas admite que tem havido uma “transição” dos clientes para os produtos da marca com menor teor de açúcar.
O diretor de relações externas da Coca-Cola em Portugal, Tiago Lima, disse hoje que a empresa não avança com uma estimativa sobre o impacto do imposto sobre bebidas açucaradas previsto no Orçamento do Estado (OE2019).
"Da nossa experiência, nem nos atrevemos sequer" a estimar o impacto do imposto na empresa, disse Tiago Lima, sublinhando que a companhia vai "aprendendo com o mercado", e que "no final do dia o consumidor é que decide".
"Não temos essa estimativa feita porque é difícil fazer esse cálculo", acrescentou o responsável, que falava em Lisboa, numa conferência de imprensa para apresentação da nova imagem da empresa de refrigerantes.
Márcio Cruz, diretor de comunicação da Coca-Cola European Partners para Portugal, que representa os engarrafadores, destacou, por sua vez, que tem havido uma transição de clientes para os produtos não açucarados da Coca-Cola, que "têm crescido a dois dígitos".
"O que o consumidor nos diz, no mercado, é que adere a este tipo de produtos e quer mais variedade", acrescentou Tiago Lima.
Na conferência de imprensa, o diretor de relações externas da Coca-Cola em Portugal disse que a nova imagem irá custar "à volta de 30% do orçamento" português da empresa, escusando-se a indicar dados das vendas, justificando que tem de esperar pelos números internacionais.
Relativamente a questões de sustentabilidade, e em linha com a estratégia internacional da empresa, Márcio Cruz disse que a Coca-Cola quer assumir "o compromisso de recolher 100%" das embalagens produzidas e de incorporar nelas "25% a 50% de PET reciclado".
De acordo com Márcio Cruz, "90% do portfólio” consumido e vendido em Portugal é produzido no país, na fábrica de Azeitão, em Setúbal, e gera 420 empregos diretos e mais de 5.400 indiretos.
LUSA