Em conferência de imprensa no Serviço Regional de Proteção Civil, no Funchal, Pedro Ramos apresentou o ponto da situação dos três fogos que permanecem ativos nos municípios de Câmara de Lobos, Calheta (zona oeste) e Porto Moniz (costa norte), indicando que 400 pessoas não têm eletricidade nas residências e 33 estão deslocadas por motivos de segurança.
Das 57 pessoas que receberam assistência médica, quatro foram transferidas para o Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, incluindo um bombeiro por inalação de fumo durante o combate às chamas.
O fogo deflagrou inicialmente na quarta-feira, cerca das 18:00, na freguesia dos Prazeres, concelho da Calheta, tendo alastrado durante a noite à freguesia contígua da Fajã da Ovelha e, posteriormente, na tarde de quinta-feira, às freguesias da Ponta do Pargo (ainda no concelho da Calheta), das Achadas da Cruz e do Porto Moniz, ambas já no município de Porto Moniz.
Na tarde de quinta-feira, foi também sinalizado um incêndio na freguesia da Quinta Grande, no concelho de Câmara de Lobos, que permanece ativo. Nesse dia, ocorreu ainda um fogo no Curral das Freiras, no mesmo concelho de Câmara de Lobos, que foi dominado.
“No Hospital Dr. Nélio Mendonça recebemos quatro pessoas: um bombeiro, por causa de inalação de fumos; uma senhora com queimaduras, mas que está estável e que não obriga a permanência nos cuidados intensivos; um jovem de 13 anos com uma alegada deslocação de ombro e uma senhora de 80 anos também por inalação de fumo”, precisou Pedro Ramos.
De acordo com o governante, no centro de saúde do Porto Moniz foram assistidas 24 pessoas, no da Calheta 16 e no de São Vicente 17, entre as quais 12 turistas, de um grupo de 13 que pernoitou na Levada da Ribeira da Janela e foi resgatado esta manhã por uma equipa de bombeiros.
“Destes 13 elementos, com idades compreendidas entre os 32 e os 72 anos, um turista francês foi encaminhado para o Serviço de Urgência do Hospital Dr. Nélio Mendonça para observação”, disse Pedro Ramos, acrescentando que o grupo era composto por cinco franceses, cinco alemães, um americano e dois suíços.
Entre quarta-feira e hoje, foram evacuados e encerrados vários edifícios públicos e privados no Porto Moniz (um lar de idosos e os centros de saúde das Achadas da Cruz e da Santa) e na Calheta (um hotel, duas escolas, a casa do povo e o centro de saúde da freguesia da Fajã da Ovelha).
O secretário regional da Saúde e Proteção Civil disse que os fogos danificaram 18 quilómetros de rede elétrica no concelho da Calheta, deixando 350 utentes sem energia, e cinco quilómetros no Porto Moniz, afetando 50 residentes.
A rede de telecomunicações também está inoperacional nas freguesias da Calheta, Paul do Mar, Fajã da Ovelha (concelho da Calheta) e nas zonas altas do Porto Moniz, com maior concentração populacional.
Trinta e três pessoas do concelho do Porto Moniz estão deslocadas das suas casas, por questões de segurança, encontrando-se no salão paroquial da igreja e na escola secundária da localidade.
Pedro Ramos indicou que o fogo mais preocupante é o que lavra agora no concelho do Porto Moniz, onde 80 operacionais participam no combate, com apoio de 27 veículos e do meio aéreo. Na Calheta, encontram-se no terreno 40 bombeiros e 11 meios, ao passo que o combate ao incêndio em Câmara de Lobos envolve sete homens e dois meios.
O Governo da Madeira declarou na quinta-feira a situação de contingência devido aos incêndios que lavram na região, ativando, assim, o Plano Regional de Emergência de Proteção Civil.
Uma parte do contingente de 64 operacionais da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, chefiada pelo Comandante Sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Coimbra, Carlos Tavares, já se encontra na Madeira para ajudar no combate aos fogos.
Lusa