"O número de mortes subiu de 326 para 438, havendo 918 feridos e 282 pessoas em paradeiro desconhecido”, precisou a agência governamental na sexta-feira à noite.
As novas cifras situam o número total de mortos na África austral em mais de 530, desde que o ciclone atingiu repetidamente nas últimas semanas Madagáscar e Moçambique.
Segundo o Departamento de Gestão de Desastres, as inundações, os ventos fortes e os deslizamentos de terra provocados pelo Freddy na região meridional do país forçaram a deslocação de mais de 345.000 pessoas.
Os distritos mais afetados são Blantyre, Chikwawa, Chiradzulu, Machinga, Mulanje, Neno, Nsanje, Phalombe, Thyolo, Zomba e Mangochi.
A cidade homónima de Blantyre, capital comercial e segunda cidade do país, foi dos locais mais afetados, ao registar pelo menos 98 das vítimas mortais.
O fenómeno levou à declaração do "estado de desastre" pelo Presidente, Lazarus Chakwera, que decretou na quinta-feira 14 dias de luto nacional para "honrar as vidas perdidas com o ciclone Freddy".
O Freddy é já um dos ciclones mais duradouros e com uma trajetória mais alargada nas últimas décadas, ao percorrer mais de 10.000 quilómetros desde que se formou no norte da Austrália, em 04 de fevereiro, e atravessou todo o oceano Índico até à África austral.
O ciclone atingiu pela primeira vez no dia 21 de fevereiro a costa oriental de Madagáscar e regressou em 05 de março à ilha, onde deixou um total de 17 mortos e 300.000 pessoas afetadas.
Em Moçambique, o ciclone, que teve o primeiro impacto em 24 de fevereiro e tocou terra novamente em finais da semana passada, causou até ao momento 66 mortes, de acordo com as autoridades moçambicanas.
Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o Freddy poderá ter batido o recorde de duração do furacão-tufão John, que durou 31 dias em 1994, apesar de os peritos da organização não confirmarem este recorde até que o ciclone se tenha dissipado.
Lusa