Os incêndios no Funchal queimaram cerca de 22% da área total daquele concelho, anunciou ontem o vereador das Finanças do município.
"No Funchal tivemos 1.666 hectares de área ardida. Isto representa cerca de 22% de todo o concelho", afirmou ontem Miguel Gouveia aos jornalistas no final de uma reunião com o secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão Social, Nelson de Souza, em Lisboa.
A Câmara do Funchal estimou em 61 milhões de euros os prejuízos provocados pelos incêndios da semana passada em prédios e infraestruturas do concelho, indica um relatório municipal ontem divulgado e que o vereador das Finanças da autarquia apresentou na reunião em Lisboa.
"Apresentámos o relatório que contempla a parte do domínio privado – 300 edifícios, entre moradias e comércio e serviços, 177 totalmente destruídos e 123 parcialmente. Este montante do domínio privado ascende a 36 milhões de euros de danos, só no município do Funchal. A outra parte, 25 milhões de euros, são danos no domínio público, infraestruturas municipais", disse Miguel Gouveia.
A Câmara do Funchal está agora "a analisar tecnicamente várias vertentes e alternativas de financiamento". "Não há um programa que dê resposta aos vários problemas que a cidade tem que enfrentar. Estamos a analisar cada problema com um programa: habitação com o ProHabita, gestão de riscos com o POSEUR, reflorestação com o PRODRAM", referiu.
O vereador prevê que "as necessidades mais avultadas" sejam "na prevenção de riscos".
"Penso que aí será a maior fatia, onde contabilizamos só em consolidação de escarpas sensivelmente 15 milhões de euros de intervenções", afirmou.
Quando questionado sobre o dispositivo de combate aos fogos na Ilha, Miguel Gouveia defendeu que "o efetivo humano é baixo".
"Precisamos de mais bombeiros na Madeira, mas acima de tudo de mais meios, de dotar a Proteção Civil de mais meios para o combate a incêndios industriais, urbanos e também florestais", sublinhou.
Em relação aos meios aéreos de combate aos incêndios, que a Ilha da Madeira não tem, o vereador considerou que "falta testá-los".
"Falta fazer-se uma análise prática de meios aéreos. Se de facto são úteis façamos diligências no sentido de os obter para evitar outras catástrofes. Se não são, que se clarifique todas as pessoas que normalmente levantam esta questão", disse.
Os incêndios que atingiram a ilha da Madeira na semana passada afetaram sobretudo o concelho do Funchal, onde morreram três pessoas.
Também os concelhos da Ponta do Sol e da Calheta tiveram focos de incêndio.
C/Lusa